Na última sexta-feira, 5, representantes de partidos da coligação participaram da reunião do conselho político de Marina, em São Paulo. A ideia era traçar a estratégia da campanha em meio aos ataques dos adversários e, principalmente, rebater o discurso de que a candidata é contra a exploração de petróleo da camada pré-sal. Com a revelação dos primeiros depoimentos de Costa na Operação Lava Jato - que incluíam Campos no esquema de propina - os aliados concluíram que a citação ao ex-governador não apresenta "fatos concretos".
O discurso da campanha sobre a menção ao ex-governador é de que o ex-candidato à Presidência não comandava a estatal e não era o responsável pelas obras da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, portanto não pode ser envolvido nas denúncias. "Vamos trabalhar para preservar a imagem do Eduardo", declarou o secretário de Organização do PPL, Miguel Manso.
Os apoiadores de Marina consideram que a delação premiada reforça a tese do "desmantelamento" na administração da estatal. "As denúncias comprometem o PT. Quem praticou efetivamente os crimes foram os governos Lula e Dilma", disse o deputado Roberto Freire, presidente nacional do PPS. "Afeta a Dilma muito mais", afirmou Manso.
Segundo levantamentos internos feitos pela campanha, os ataques dos adversários e a delação premiada não causaram prejuízo às intenções de voto.
Não à toa, Marina divulgou ontem um "pronunciamento" pelo Dia da Independência em que diz que é preciso "liberar o Estado brasileiro da corrupção, do loteamento de cargos, da apropriação indevida das instituições públicas e também do uso de meios oficiais para caluniar e destruir adversários políticos". Na mensagem assinada pela ex-senadora e seu vice de chapa, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), Marina diz que enquanto mentiras são propagadas contra ela, "a Petrobras é destruída pelo uso político, apadrinhamento e corrupção"..