A candidata ao Palácio do Planalto Marina Silva (PSB) acusou nessa terça-feira a presidente Dilma Rousseff (PT) de ter criado a “bolsa-banqueiro”, “bolsa-juros altos” e “bolsa-empresário”, em referência aos gastos do governo federal com sucessivos aumentos na taxa de juros. Disse ainda que os banqueiros “nunca ganharam tanto” quanto no governo da petista. Em São Paulo, Dilma rebateu mais tarde: afirmou que não tem nenhum banqueiro sustentando a campanha (leia mais). O assunto ganhou destaque na disputa eleitoral desde que o PSB lançou a proposta de dar autonomia ao Banco Central – responsável por estabelecer a taxa básica de juros da economia, para controle da inflação. O PT tem dito em sua propaganda que a medida seria um “perigo para o país”.
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Mais tarde, em entrevista coletiva, Marina classificou os “boatos” de que entregaria o país a banqueiros como “levianos” e leu trecho de uma entrevista dada por Lula em julho, em que ele afirmou que “não tem nem um lugar do mundo em que o Santander ganha mais que no Brasil”. “Ele está sendo pego pelas suas próprias palavras”, disparou. A candidata ainda disse que no governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) os bancos lucraram R$ 31 bilhões, e no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) , R$ 199,4 bilhões.
Paixão
Depois de acusar os adversários na corrida ao Palácio do Planalto Dilma Rousseff e Aécio Neves (PSDB) de “não apresentar propostas de governo” e “espalhar boatos” contra ela, Marina disse que Dilma está com a “Síndrome de Estocolmo” ao se “apaixonar” pelos que antes eram seus “sequestradores”, referindo-se aos senadores José Sarney (PMDB-AP) e Fernando Collor de Mello (PTB-AL), ao presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB-AL), e ao deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) – todos ex-adversários políticos do PT e que agora são aliados de sua campanha à reeleição.
Em caso de vitória da presidente, Marina disse que ela terá que agradecer ao grupo. Já uma eleição de Aécio Neves teria de ser creditada ao seu tempo de televisão e “muito dinheiro” para a campanha. No seu caso, a candidata do PSB disse que terá gratidão “ao povo”, pois ela tem apenas dois minutos na propaganda de televisão e poucos recursos para publicidade. Ela rebateu as teses de que encontrará obstáculos para a governabilidade. “Vejo com esperança nossa governabilidade, porque ela se dará sob um programa”.
Sem entrar na delação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que denunciou à Polícia Federal propinas que seriam pagas a aliados, inclusive ao ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), Marina Silva usou o caso para atacar Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ela lembrou que Paulo Roberto foi diretor da estatal durante as gestões dos dois petistas, e portanto, eles têm “responsabilidade política” sobre o assunto. “A Dilma está lançando uma cortina de fumaça para fugir de suas responsabilidades.