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Estado de Minas

Marina faz discurso religioso em área proibida

Marina discursou em uma praça em frente a uma das entradas da Câmara Municipal de Betim


postado em 10/09/2014 00:12 / atualizado em 10/09/2014 07:42

O discurso de cerca de 14 minutos da candidata do PSB à Presidência, Marina Silva,  nessa terça-feira à tarde, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi marcado por citações religiosas. A fala despertou a simpatia do público, formado, em sua maioria, por apoiadores do vereador Welinton Sapão (PSB), candidato a deputado estadual e evangélico como a presidenciável. Marina discursou em uma praça em frente a uma das entradas da Câmara Municipal de Betim, perto de um carro de som que tocava seu jingle, o que contraria a legislação eleitoral, que proíbe campanha a menos de 200 metros de órgãos públicos.



Para Marina, caso seja eleita, sua vitória poderá ser comparada à de Davi contra Golias, já que terá que derrotar a presidente Dilma Rousseff (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB), que têm mais tempo do que ela no horário eleitoral gratuito. “Com um minuto, dois minutos (na TV), contra 11 da Dilma e cinco do Aécio, é quase que Davi contra um batalhão de Golias”, disse a candidata. A passagem citada por Marina é uma das mais conhecidas da Bíblia e conta como um pastor de ovelhas temente a Deus vence um gigante apenas com uma funda. Logo em seguida, ao falar sobre as denúncias de irregularidades na Petrobras – que envolvem Eduardo Campos – que morreu em acidente de avião e foi substituído por ela na disputa presidencial – , a candidata defendeu a apuração “doa a quem doer”, em fala acrescida por mais uma passagem bíblica, do Novo Testamento, do livro de João. “Meu lema é : e conhecereis a verdade e ela vos libertará. Não adianta esconder a verdade, que a Polícia Federal e o Ministério Público façam suas investigações”, afirmou Marina em seu discurso.

Em seguida, a candidata passou a discorrer sobre os ataques que , segundo ela, estão sendo feitos por “mais de 30 mil pessoas pagas para difamar” e pediu aos apoiadores que “doem parte de seu tempo para responder às acusações nas redes sociais. “Não é para agredir. É para falar a verdade. Vamos oferecer a outra face”, defendeu a candidata, usando mais uma vez o Novo Testamento, quando Jesus prega contra a vingança. Logo em seguida, a candidata citou uma passagem de sua infância, ocorrida em um sábado de aleluia, quando a família não tinha o que comer. Segundo ela, foi a educação que fez um “milagre em sua vida” e permitiu que ela saísse da condição de pobreza. “Eu sei o que a educação pode fazer por uma pessoa e eu jamais usaria a chance que Deus me deu e o povo brasileiro está me dando para fazer qualquer mal, qualquer dano ao que já conquistamos”, afirmou Marina.

A agenda da candidata previa uma caminhada pela cidade, mas ela não ocorreu. Ela desceu do carro, deu alguns passos e discursou lá mesmo usando dois microfones, o do carro de som e o de um amplificador. Durante sua fala, houve uma discussão entre os candidatos a deputado presentes na praça. O vereador Sapão, que levou a maior parte da militância presente, não conseguiu ficar ao lado da candidata nem teve seu nome citado, o que causou revolta entre seus apoiadores. Outros candidatos que conseguiram ficar mais bem posicionados ao lado de Marina começaram a discutir com a militância do vereador, que insistia para que Marina citasse seu nome. O deputado federal e presidente do PSB, Júlio Delgado, tentou entregar a ela um panfleto do vereador Sapão e foi repreendido por Demétrio Junqueira, que disputa uma vaga de deputado estadual pelo PSB e emprestou um dos microfrones para Marina discursar durante a caminhada.

 


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