O discurso de cerca de 14 minutos da candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, nessa terça-feira à tarde, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi marcado por citações religiosas. A fala despertou a simpatia do público, formado, em sua maioria, por apoiadores do vereador Welinton Sapão (PSB), candidato a deputado estadual e evangélico como a presidenciável. Marina discursou em uma praça em frente a uma das entradas da Câmara Municipal de Betim, perto de um carro de som que tocava seu jingle, o que contraria a legislação eleitoral, que proíbe campanha a menos de 200 metros de órgãos públicos.
Em seguida, a candidata passou a discorrer sobre os ataques que , segundo ela, estão sendo feitos por “mais de 30 mil pessoas pagas para difamar” e pediu aos apoiadores que “doem parte de seu tempo para responder às acusações nas redes sociais. “Não é para agredir. É para falar a verdade. Vamos oferecer a outra face”, defendeu a candidata, usando mais uma vez o Novo Testamento, quando Jesus prega contra a vingança. Logo em seguida, a candidata citou uma passagem de sua infância, ocorrida em um sábado de aleluia, quando a família não tinha o que comer. Segundo ela, foi a educação que fez um “milagre em sua vida” e permitiu que ela saísse da condição de pobreza. “Eu sei o que a educação pode fazer por uma pessoa e eu jamais usaria a chance que Deus me deu e o povo brasileiro está me dando para fazer qualquer mal, qualquer dano ao que já conquistamos”, afirmou Marina.
A agenda da candidata previa uma caminhada pela cidade, mas ela não ocorreu. Ela desceu do carro, deu alguns passos e discursou lá mesmo usando dois microfones, o do carro de som e o de um amplificador. Durante sua fala, houve uma discussão entre os candidatos a deputado presentes na praça. O vereador Sapão, que levou a maior parte da militância presente, não conseguiu ficar ao lado da candidata nem teve seu nome citado, o que causou revolta entre seus apoiadores. Outros candidatos que conseguiram ficar mais bem posicionados ao lado de Marina começaram a discutir com a militância do vereador, que insistia para que Marina citasse seu nome. O deputado federal e presidente do PSB, Júlio Delgado, tentou entregar a ela um panfleto do vereador Sapão e foi repreendido por Demétrio Junqueira, que disputa uma vaga de deputado estadual pelo PSB e emprestou um dos microfrones para Marina discursar durante a caminhada.