O militar alega que "seria total incoerência" apoiar a candidata do PSB. O texto da semana passada, assinado pelo general da reserva Clóvis Bandeira, sob o título "Um fio de esperança", afirmava que o País "como está não pode continuar". "Não é a candidata dos meus sonhos. Acho que o candidato mais preparado é o Aécio, mas para mim a candidatura dele está morta e enterrada" disse na ocasião ao jornal O Estado de S. Paulo o autor do texto, que foi publicado com anuência do presidente da entidade. O artigo, que tinha várias críticas a Marina mas deixava clara a simpatia pela candidata do PSB, pode ser lido na seção "Pensamento do Clube Militar".
Pimentel argumentou que o objetivo do título "provocativo" da semana passada era "recolocar o Clube na mídia". "Observe que o texto do general Bandeira, que discutimos bastante, não tem uma só palavra de elogio à Marina, muito pelo contrário.
Pimentel diz que estava acertada com os coordenadores da campanha de Aécio uma visita do candidato ao Clube Militar, mas que ele desistiu do encontro após o acidente aéreo que matou o então postulante do PSB, Eduardo Campos, em Santos. "A mudança radical do cenário político, em seu desfavor, parece tê-lo obrigado a rever seus compromissos. Avaliou que sua agenda não devia mais nos incluir. Pena também é que seus correligionários já dão sinais de aceitarem a derrota", escreveu, referindo-se ao candidato do PSDB.
O aceno do Clube a Marina na semana passada foi temperado com críticas à candidata. "Sua figura messiânica, suas declarações vagas, suas promessas iniciais muito generosas, mas fora do alcance do cofre nacional, acenam com uma 'nova política' misteriosa, mistura de propostas esquerdistas e ambientalistas, entre as quais maior participação direta, governar com pessoas e não com partidos, participação direta popular no governo, por meio de plebiscitos e consultas populares (cheiro de bolivarianismo), criação de conselhos do povo (cheiro dos sovietes petistas), orçamento participativo etc", afirmava Bandeira no texto.
Apesar das críticas, o artigo deixava clara a simpatia pela candidata. "A esperança de algo novo e diferente, que rompa com a tradição negativa representada pelos atuais homens públicos, parece impulsionar a subida de Marina nas pesquisas eleitorais", afirmava.