Cerveró saiu ainda em defesa da operação, rebatendo declarações do colega de diretoria Paulo Roberto Costa que, em delação premiada, segundo a revista Veja, disse que houve desvio de recursos da refinaria para abastecer um esquema de pagamento de propina a políticos.
No depoimento, Cerveró foi instigado pela oposição a atacar a presidente Dilma Rousseff e avalizar declarações de Costa.
Em nota, Dilma, presidente do Conselho de Administração da estatal na época da operação, disse que não aprovaria a transação se tivesse tido acesso às cláusulas omitidas pelo ex-diretor.
O Tribunal de Contas da União (TCU) apontou um prejuízo financeiro de US$ 792 milhões com a compra de Pasadena e, em julho, determinou o bloqueio de bens de Cerveró e outros integrantes da diretoria executiva da época. O TCU livrou a presidente e membros do conselho de administração do bloqueio.
O ex-diretor afirmou que a responsabilidade pela operação é do conselho e não da diretoria executiva. Ele disse que a transferência dos seus bens não teve "nada a ver" com o processo de Pasadena e que, ao doar três imóveis três meses atrás, decidiu antecipar a herança aos filhos.
Para Cerveró, o TCU se "equivocou" ao basear o tamanho do prejuízo de Pasadena baseado nos preços de apenas um dos 27 cenários de preços estimados pela Petrobras para a refinaria. "Não concordo com nenhum dos prejuízos indicados pelo TCU em Pasadena", pontuou.
Ao destacar que "nunca ouviu falar em organização criminosa" na estatal, conforme relatório da Polícia Federal, o ex-diretor insistiu que a compra da Pasadena, na época, foi um bom negócio para a estatal e que o cenário atual para a refinaria é "altamente favorável nos próximos anos".
Ele disse que aceita passar por uma acareação com Paulo Roberto Costa e disse que não teme os depoimentos do ex-colega de diretoria à PF. "Não tenho porque ficar preocupado com a delação do Paulo. Não tenho esse problema", declarou.