Depois de passar os últimos dias criticando intensamente a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, o também presidenciável senador Aécio Neves (PSDB) disparou nessa quarta-feira contra a sua outra adversária, a candidata do PSB, Marina Silva. Ele ironizou a intenção da ex-ministra de formar, caso seja eleita, uma equipe que misture nomes do PT e do PSDB. Segundo o tucano, essa ideia significa governar com “um terceiro time”. “Tenho propostas para o Brasil, é isso o que me anima. O que é a nova política? Governar com um terceiro time do PSDB e do PT? Não busquei o segundo ou o terceiro melhor. Eu tenho os melhores”, afirmou.
O candidato tucano passou por uma sabatina no jornal O Globo, na manhã dessa quarta-feira, durante a qual disse que a morte de Eduardo Campos marcou o início de uma “segunda eleição”, mais uma vez em menção a Marina – que hoje ocupa o segundo lugar nas intenções de voto do eleitorado –, mas garantiu que nas urnas, vai prevalecer “a onda da razão”. “Nós estamos tendo uma segunda eleição.
Por várias vezes, Aécio também relacionou o nome de Marina Silva, hoje no PSB, ao do PT, partido acusado de envolvimento em mais um escândalo, dessa vez, envolvendo contratos superfaturados da Petrobras. De acordo com o tucano, não haveria governo do PT se não tivesse a política econômica de Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP), apesar da oposição “quase física” que a socialista, ao lado os petistas, fez na época do Plano Real, que controlou a inflação. “O PT de Dilma, o PT de Marina se opunha de forma vigorosa àquilo que era construído”, disse Aécio, afirmando que “não vê em momento nenhum” a ex-senadora “chamar atenção” para sua militância de 24 anos para o PT. Para enfrentar as duas adversárias, Marina e Dilma, o tucano disse que pretende mostrar “as contradições das candidatas”. “Eu vejo Marina falar muito dessa nova política. Sou de uma terra que sempre ensinou que existe é a boa e a má política”, afirmou.
Reeleição
Mas a candidata petista também não foi poupada de críticas. Segundo Aécio, Dilma desmoralizou a reeleição, porque “os atos de reeleição da presidente Dilma são atos de governo”, denunciando o uso da máquina pública. “Isso é uma covardia”, desabafou. Aécio garantiu que – mesmo o instrumento tendo sido aprovado com apoio do PSDB, durante o governo Fernando Henrique Cardoso – vai tentar acabar com a possibilidade reeleição, que ele chamou de “covardia”. “Foi uma experiência.
À tarde, no corpo a corpo com os eleitores, Aécio priorizou o tema da segurança pública, afirmando seu apoio à bem-sucedida política das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP). “Estou em Campo Grande para reafirmar meu compromisso com a política de segurança pública, em apoio à iniciativa que está dando certo, as UPPs. O governo federal deve assumir a sua responsabilidade no controle das fronteiras, evitando a entrada de armas e drogas, e não deve permitir o represamento dos recursos públicos como ocorre hoje”, afirmou o tucano, que também disse que tratará como prioridade o saneamento básico na Zona Oeste do Rio..