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Na coletiva de imprensa dessa quarta-feira, Dilma recebeu os jornalistas com um calhamaço nas mãos. Ao ser questionada sobre as “bolsas”, ela sacou as tabelas e respondeu que o país têm as menores taxas de juros. “Se você ver de 1995 a 2002, a taxa média foi 17%; de 2003 a 2010 foi 8,2%; a média de 2011 a 2014 foi 3,3%.
Segundo a presidente, medidas adotadas por países afetados pela crise seriam repetidas no Brasil pelos outros candidatos. “Parece que o que estão querendo aplicar aqui não está dando certo no mundo, que é uma política recessiva aberta, nós seguramos essa crise mantendo o investimento”, afirmou. Entre as ações do seu governo contra a crise internacional, a presidente destacou os investimentos em concessões de rodovias e em transporte público de massa. “Esse povo da autonomia do Banco Central quer o modelo anterior, quer fazer um baita ajuste, um baita superavit primário, aumentar os juros para danar, reduzir o emprego e reduzir salário. Porque emprego e salário não aumentam a produtividade, segundo eles. Eu sou contra isso”, justificou.
CONTRA-ATAQUE Do outro lado, Marina acredita que a liberdade do BC, medida comum em países desenvolvidos, resgata a confiabilidade no país. “O BC autônomo é capaz de controlar a inflação e adquirir credibilidade para o país voltar a crescer. É fundamental para evitar o que acontece hoje como a Petrobras, que perdeu metade do seu valor e está quatro vezes mais endividada”, contra-atacou. Marina Silva destacou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou em 2002 uma carta aos brasileiros onde se comprometia a manter instrumentos da política macroeconômica do governo FHC como autonomia do Banco Central, responsabilidade fiscal e controle da inflação. “Tudo isso foi negligenciado no governo da presidente Dilma”, disse Marina.
Na resposta a Dilma, a socialista disse não ser “sustentada por banqueiros”. “Em 2010, quem recebeu o maior financiamento de campanha do Itaú foi a própria Dilma”, lembrou.
A candidata também adiantou que os advogados dos PSB tomarão providências para combater o que Marina classificou como “força descomunal de mentiras” dos oponentes Dilma Rousseff e Aécio Neves (PSDB). “PT e PSDB estão juntos na mesma artilharia pesada, utilizando os mesmos meios para destruir a nossa candidatura.” Marina disse se sentir injustiçada pelas “indústria de boatos” e pelas “mentiras que estão sendo feitas”.
PATRIMÔNIO CORRIGIDO Marina Silva enviou à Justiça Eleitoral retificação de seu patrimônio declarado, acrescentando um saldo de R$ 45,6 mil em aplicações em poupança e em renda fixa no HSBC. Com a retificação, o patrimônio declarado sobre de R$ 135 mil para R$ 181 mil. A correção foi pedida à Justiça no dia 4, o mesmo dia em que veio à tona a informação de que a campanha de Dilma iria pedir ao Ministério Público investigação sobre eventual omissão de Marina em relação aos seus ganhos com palestras.
Datafolha
Pesquisa Datafolha divulgada ontem aponta a presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, com 36% das intenções de voto. Em segundo lugar, aparece a ex-senadora Marina Silva (PSB) com 33%, seguida por Aécio Neves (PSDB) com 15%.
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