"O conflito dos transgênicos ocorreu há dez anos e agora não faz mais sentido. Já no Código Florestal a questão agora é implementá-lo", disse. "Portanto, a agenda de Marina com agronegócio tem muito mais convergência do que divergência", completou Jank, considerado um dos interlocutores entre o agronegócio e Marina Silva. "Participei de vários debates com ela e senti uma imensa receptividade com ela para o setor".
Ele salientou que, por conta da importância do setor, os três principais candidatos a presidente - além de Marina, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) - têm uma agenda de diálogo com o agronegócio. "Não lembro de ter visto uma atenção ao agronegócio como nestas eleições", afirmou.
Segundo a Justiça Eleitoral, a BRF, da qual Jank é diretor, fez apenas doações para o candidato tucano, em um total de R$ 500 mil segundo os dois balanços divulgados até o momento. No entanto, sem detalhar, Jank garantiu que a companhia "fará contribuições em favor da democracia e de maneira equitativa", distribuídas para candidatos e para regiões onde atua.
Na entrevista, Jank criticou a política de escolha de empresas chamadas de "campeãs nacionais" para serem priorizadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e cobrou uma política mais "horizontal" da instituição de fomento, ou seja, priorizando áreas em detrimento de companhias específicas. O executivo, que também é especialista em negociações internacionais afirmou que não houve avanços em acordos comerciais nos últimos dez anos e que a agenda de candidatos para intensificar acordos comerciais é fundamental, independente dos eleitos.
Jank defendeu ainda que, ao contrário das negociações passadas, quando o País priorizou países ricos, nas negociações futuras o Brasil deve procurar países em desenvolvimento.