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Estado de Minas

Depoimento de ex-diretor da Petrobras à CPI faz governo mobilizar aliados

Costa vai desrespeitar as regras do acordo de delação premiada que firmou com a Justiça se falar à CPI sobre o esquema de corrupção que diz existir na Petrobras


postado em 12/09/2014 00:12 / atualizado em 12/09/2014 07:26

Brasília – A possibilidade de o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa depor à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Mista que investiga irregularidades na estatal já movimenta aliados da presidente Dilma Rousseff no Congresso empenhados em garantir que a oitiva seja fechada. Na avaliação de petistas, Costa vai desrespeitar as regras do acordo de delação premiada que firmou com a Justiça se falar ao colegiado sobre o esquema de corrupção que diz existir na Petrobras.

O presidente da CPI Mista da Petrobras, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), encaminhou nessa quinta-feira ofício ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo autorização para o depoimento de Costa na comissão de inquérito na quarta-feira. Os integrantes do colegiado também querem ter acesso à íntegra do depoimento feito na delação, depois que trechos foram divulgados pela revista Veja.  “É um jogo para plateia, ele não pode falar porque está em delação. A lei é muito clara. Alguns querem tirar diferenças eleitorais fazendo uso de algo que é muito sério”, disse o vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC).

Líder do PT, o senador Humberto Costa (PE) também disse ter conhecimento de que a legislação da delação premiada impede que as declarações sejam reproduzidas publicamente. “A informação que eu tenho da lei é essa aí. Eu espero que ele fale se ele for à CPI. Mas essa será uma decisão dele e dos seus advogados”, afirmou.

Viana disse que o vazamento de trechos da delação de Costa, que liga congressistas, um ministro e os presidentes da Câmara e do Senado ao esquema de corrupção da Petrobras, tem cunho eleitoreiro a um mês da disputa nas urnas. “Isso está contaminado pelo calendário eleitoral, sendo usado como boia por partidos de oposição.”, afirmou.


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