Questionada sobre o descontentamento da sociedade com a política e o espaço que tem sido ocupado pela candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, com o discurso que representa a "antipolítica", Dilma disse que pretende fazer a consulta popular com pelo menos cinco pontos, como financiamento publico de campanha e tempo de mandato, e que dizer apenas que vai "governar com os bons é uma reposta ingênua', alfinetando o discurso de Marina.
Dilma afirmou que "todo mundo quer governar com os bons, ninguém quer governar com os maus", mas disse que a democracia não pode abrir mão dos partidos. "Acredito em partidos. Se você me perguntar: "tem partido demais?".
Segundo ela, apesar de existir uma crise de representatividade, há partidos no País que têm compromissos históricos. "O meu partido, o PT, tem uma historia de luta... O PMDB é um partido que lutou para democratização. Eu sou de um época, que as pessoas eram presas", afirmou, Dilma. Emocionada, Dilma agradeceu a jornalista Miriam Leitão, que também declarou ter sido torturada na ditadura, por ela ter a defendido. Aliás, Míriam queria te agradecer pela coragem de dizer, quando te perguntaram, se você achava que eu tinha sido torturada, você disse que sim. Eu não vou deixar nunca de te dar dois beijos. Porque, gente de caráter é assim", disse.
Questionada sobre as críticas que faz a Marina sobre sua provável falta de apoio no Congresso e a sua própria dificuldade, mesmo com amplo apoio, de fazer uma série de mudanças necessárias, Dilma disse que ela negocia "tudo aquilo que você acredita que não vai prejudicar a soberania, o interesse do seu país". "Passei por muitas, me orgulho muito da reforma dos portos. Tive que ganhar oito votações consecutivas para que esse país tivesse portos chamados terminais de uso privativo", destacou. "Perdi horrores também, perdi e ganhei também.