O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, respondeu nesta sexta-feira, ao afago feito pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que em comício em Manaus disse que o tucano era seu amigo e companheiro de longa data, dizendo que não trata seus adversários como inimigos e fica feliz em ver que o petista, diferente de outras ocasiões, vem nessa mesma direção. Mas, apesar do aceno, avaliado por correligionários tucanos como uma forma de Lula tentar construir as pontes para a disputa de segundo turno, Aécio disse que esse gesto de Lula não muda em nada sua determinação de encerrar este ciclo do PT no comando do País. Ao falar de Lula, Aécio lembrou, com bom humor, que quando os dois eram deputados em Brasília, o ex-presidente petista "era um bom lateral-esquerda" do seu time.
Ao lado do governador de São Paulo e candidato à reeleição pelo PSDB, Geraldo Alckmin, o presidenciável tucano visitou na tarde de hoje na capital paulista o Programa Detecta, um sistema de alarme integrado a um modelo inteligente de controle de câmeras de monitoramento da cidade e das principais rodovias, com o objetivo de ajudar a polícia na prevenção e combate ao crime.
Em rápida entrevista coletiva, Aécio voltou a criticar as adversárias do PT, presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff, e do PSB, ex-senadora Marina Silva. "Temos uma presidente e candidata do PT que baixou o nível do debate e de outro lado temos uma (Marina) que não quer o debate e que se ofende simplesmente com a lembrança de que ela militou por mais de 20 anos no PT, o mesmo partido que .ela acusa de fazer a velha política." E frisou que sua candidatura é a única que tem propostas concretas e gente qualificada para mudar o Brasil.
Questionado sobre a campanha de desconstrução que o PT vem fazendo contra a ex-senadora, Aécio disse que se solidarizava com Marina, em razão das críticas pessoais que ela estava sofrendo. "Não vejo qualquer relação de Marina com os ex-presidentes que não terminaram os seus mandatos", destacou, numa referência ao fato de a campanha petista estar tentando vincular a imagem de Marina, em sua propaganda do horário eleitoral gratuito, à renúncia de Jânio Quadros e ao impeachment de Fernando Collor de Mello, sugerindo o que poderia acontecer quando se elegem salvadores da pátria. Aécio disse que também não entraria na questão sobre os financiadores da campanha da ex-ministra do Meio Ambiente. "Que elas (Dilma e Marina) briguem entre si, estou fora dessa briga", emendou.
Apesar da defesa que fez da adversária do PSB, no episódio dos ataques que ela vem sofrendo da campanha de Dilma Rousseff, o presidenciável tucano voltou a cobrar da ex-senadora que ela entre no debate da seara política. "em política temos de fazer o debate", frisou, destacando novamente que sua campanha é quem tem o melhor projeto para o Brasil. E alfinetou: "Sem ofender ninguém, digo que o Brasil não é para amadores."