Dilma rebateu as críticas da candidata Marina Silva (PSB), que, na véspera, também durante sabatina ao jornal fluminense, afirmou que o PT colocou “por 12 anos um diretor para assaltar os cofres da Petrobras”, em menção a Paulo Roberto Costa, preso por suposto envolvimento em esquema de desvio de recursos. “Se eu tivesse sabido qualquer coisa sobre o Paulo Roberto, ele teria sido demitido e investigado. Não deixei ele lá. Eu o tirei com um ano e quatro meses. Primeiro, eu não sabia o que ele estava fazendo.
Sobre a delação premiada de Costa, Dilma assegurou não temer as revelações que poderão ser feitas pelo ex-diretor da Petrobras. “Eu não temo de nenhuma forma esse tipo de revelação. Sabe por quê? Eu tenho absoluta certeza que isso não afeta nem a mim nem a pessoas que eu tenho elevada consideração e grande apreço”, avaliou Dilma.
Apesar de ser funcionário de carreira da estatal, Costa foi indicado para a diretoria de Refino e Abastecimento da estatal pelo PP, partido da base aliada do governo. Segundo Dilma, “em todos os partidos há gente corrupta, inclusive dentro do PT, mas que nem por isso o partido precisa ser apedrejado”. “O Democratas tem o seu, o republicano americano representa sua trajetória de luta. Se tem equívocos, o meu partido, o PT, tem história de lutas, de militância. Tem pessoas que se equivocaram no PT, mas nem por isso apedreja-se o partido”, disse.
Ainda ao responder sobre suspeitas de corrupção na Petrobras, a presidente afirmou que o governo dela investiga denúncias “a fundo”.
AUTOCRÍTICA Em um dos poucos momentos de autocrítica à sua gestão, Dilma reconheceu que não está satisfeita com alguns programas do governo federal. De acordo com a petista, o exercício diário da Presidência da República é “tentativa e erro” e o cargo exige “coluna vertebral” para resistir a pressões. “Acho que quem fica muito satisfeito com o que fez tá mal. Eu acho que sempre posso fazer mais em todas as áreas, sempre era possível fazer mais”, disse. “Em alguns programas não estou satisfeita, por exemplo, na área da saúde, eu acho que o Brasil tem uma grande deficiência na área de especialidades (médicas).”
Em visita ao Complexo da Maré, Dilma autorizou o Exército a manter 2.400 homens no conjunto de favelas ocupado desde abril, enquanto a polícia assume o controle da região. Dilma estava acompanhada dos ministros da Defesa, Celso Amorim, e da Justiça, José Eduardo Cardozo, do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, e do prefeito do Rio, Eduardo Paes. No discurso, Dilma garantiu que o governo federal está disposto a elevar sua cooperação para melhorar a segurança pública nos estados, apesar da Constituição estabelecer que a responsabilidade desta área seja dos governos estaduais. “Há um preceito constitucional que atribui aos estados a responsabilidade pela segurança pública, mas nós não estamos de acordo com isso porque consideramos que o papel do governo federal tem que ser mais ativo’, afirmou a presidente.
E mais...
Novos números
Pesquisa Ibope divulgada ontem mostra a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, com 39% das intenções de voto, seguida por Marina Silva (PSB), com 33%, e Aécio Neves (PSDB), com 15%. Pastor Everaldo (PSC) tem 1% dos votos.
Acidente
O 7º Distrito Policial de Santos, no litoral paulista, descartou que a colisão com uma aeronave não tripulada tenha causado a queda do avião que matou o presidenciável Eduardo Campos (PSB) e mais seis pessoas em 13 de agosto. A hipótese foi levantada pelo Ministério Público Federal em um documento sigiloso enviado à Força Aérea Brasileira (FAB) em 25 de agosto. No texto, o procurador Thiago Nobre solicitava informações sobre a possível presença de um drone modelo Acauã na região da Base Aérea de Santos no momento do acidente. Rodas semelhantes `as do modelo teriam sido fotografadas no local do acidente. Entretanto, a Polícia Civil concluiu que elas pertenciam a um carrinho de bebê que estava dentro do avião e era usado pelo filho mais novo de Campos.