A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, endureceu neste sábado o discurso contra a presidente Dilma Rousseff (PT) e acusou a petista de tentar "destruí-la" politicamente. "Por favor presidente, venha para o debate, apresente seu programa, mas não queira, a primeira mulher presidente da República, destruir uma outra mulher que também tem o direito de participar da democracia", disse ela, durante comício em Campina Grande, interior da Paraíba.
Na última semana, as duas candidatas trocaram farpas pela imprensa. Com a subida nas pesquisas, o PT tem colocado em prática a estratégia de desconstruir a imagem Marina. A candidata do PSB, por sua vez, tem reagido e chamado os ataques de "boatos e mentiras".
Recentemente, até o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem foi ministra do Meio Ambiente, fez críticas indiretas a ela. Neste sábado, Marina disse que o seu problema não era com Lula, mas com Dilma e com parte do PT.
"Quem foi para o programa eleitoral caluniar, tentar fazer uma desconstrução da minha história e da minha biografia, foi a candidata do presidente Lula", afirmou.
'Mensalete'
Como tem feito nos últimos dias, Marina pediu para que a militância saísse em sua defesa. A candidata disse que tem gente sendo contratada para espalhar mentiras sobre ela na internet e criou um novo termo, fazendo referência ao escândalo do mensalão. "Tem muita gente sendo paga para me desqualificar nas redes sociais. É uma espécie de 'mensalete'", afirmou.
Quando o esquema de compra de votos no Congresso em troca de apoio político foi revelado, em 2005, Marina ainda era filiada ao PT e fazia parte do ministério do governo Lula. Ela só deixou o partido quatro anos depois, para concorrer pela primeira vez à Presidência pelo PV.
Marina também aproveitou o palanque no Estado nordestino para reafirmar que, se eleita, não vai acabar com os programas sociais do governo, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida.
Neste sábado, Marina fez duras críticas ao antigo partido sem se importar com o fato de o PT ser aliado do PSB na Paraíba. Até o governador do Estado e candidato à reeleição, Ricardo Coutinho (PSB), adotou o discurso. Ele disse que nunca imaginou que o PT pudesse reeditar o "discurso do medo" que tanto foi usado contra Lula quando candidato.