Ribeirão Preto - Presidentes de quatro associações da agroindústria e de produtores estão entre as 100 pessoas signatárias do manifesto "+100 Brasileiros 100% Aécio", publicado esta semana em apoio à candidatura de Aécio Neves (PSDB) à Presidência da República. Os líderes da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz Carlos Corrêa Carvalho, do Conselho Superior do Agronegócio da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Cosag/Fiesp), João Sampaio, e da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), além do ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli, disseram ao que a decisão de declarar o voto ao tucano é pessoal e não institucional. O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Trigo, Sergio Amaral, também ex-ministro, está em viagem ao exterior e não foi localizado.
Dos quatro ouvidos, apenas Carvalho, da Abag, não tem relações com o PSDB de Aécio Neves. Sampaio foi secretário da Agricultura do ex-governador e candidato a senador José Serra (PSDB) e é um dos elaboradores do programa de Aécio para o setor. Paolinelli é conselheiro do candidato tucano para o agronegócio e Amaral foi ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e da Secretaria das Comunicações nos dois mandatos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
O presidente da Abag afirmou que assinou o manifesto "como pessoa física" por considerar que Aécio é "disparado" o melhor candidato entre os três favoritos à Presidência da República. "Não vejo problemas (em assinar) e, inclusive, nos lugares em que vou eu digo que o programa dele é o que mais se 'adequa'. Não tenho dúvida em dizer que para o agronegócio é o melhor candidato", disse Carvalho. "Isso não me impede de conversar com cada um dos outros candidatos e não significa que a diretoria da Abag tenha a mesma opinião."
Sampaio, do Cosag/Fiesp, reafirmou que a decisão de assinar o manifesto foi pessoal e o pedido foi feito pela equipe de comunicação da campanha de Aécio. "Eu não falei com o Aécio e foi uma decisão pessoal minha."
Já o ex-ministro Paolinelli disse ter conversado com a diretoria da Abramilho antes de tomar a decisão de assinar o documento em apoio a Aécio. "Após o pedido que ele (Aécio) fez para ajudá-lo, conversei com a diretoria e autorizaram para não haver constrangimento", disse. "Naturalmente não quis fazer uma coisa pública, mas particular e, pela conversa que tive, entendo que teria liberdade para ajudar particularmente quem eu achasse conveniente", emendou.