Na corrida pelo voto dos belo-horizontinos, os dois principais candidatos a governador de Minas Gerais – Fernando Pimentel (PT) e Pimenta da Veiga (PSDB) – usaram nesse domingo estratégias bem diferentes. Enquanto o petista teve um encontro com grupos de ambientalistas em uma praça na Cidade Jardim, coube às mulheres do tucano e de seu candidato a vice, Dinis Pinheiro (PP), a realização de uma caminhada pelo Centro da capital. Pimenta dedicou o dia a gravações para o programa eleitoral de rádio e televisão, enquanto seu companheiro de chapa fez uma carreata em Ibirité, seu reduto eleitoral.
Já Adriana Pinheiro afirmou que se trata de uma “campanha da família”. “Estamos aqui para somar, para estar junto com eles e convocar os mineiros a acreditarem nessas famílias”, justificou. A caminhada serviu ainda para prestar uma homenagem à jovem Eloá, de 27 anos, integrante do Tucanafro e voluntária da campanha no Morro do Papagaio. Na sexta-feira, durante um evento eleitoral batizado de “blitz da igualdade”, ela sofreu uma parada cardíaca e morreu. No trajeto, militantes seguraram uma faixa com os dizeres: “Luto. Eloá, sua memória permanecerá entre nós. Lembraremos de você com carinho e afeto. Descanse em paz”.
’Descaso’
Em discurso aos ambientalistas, Fernando Pimentel prometeu priorizar o setor em uma eventual gestão e não poupou críticas aos quase 12 anos em que o PSDB comandou Minas Gerais – dois mandatos de Aécio Neves e um de Antonio Anastasia. O petista acusou os ex-governadores de “descaso” com a área e se pautado por uma “indústria de criar parques no papel”. “Há 38 parques estaduais, dos quais apenas oito estão abertos para visitação pública. Os outros nem sequer estruturados foram, não houve desapropriações, não houve demarcação de terreno, não houve vigilância”, reclamou.
Fernando Pimentel reclamou ainda que nos últimos quatro anos a Secretaria de Meio Ambiente arrecadou R$ 200 milhões em compensações ambientais e teria investido apenas R$ 28 milhões em conservação de nascentes e parques. Pela legislação em vigor, todo o recurso deveria ser destinado a esses fins. “Tivemos uma sucessão de erros na política ambiental nos últimos 12 anos e vamos corrigir todos eles”, disse. Um desses erros, segundo o candidato do PT, é dar mais autonomia aos comitês de bacias hidrográficas e mais rigor para a concessão do licenciamento ambiental.
O petista recebeu dos apoiadores de sua campanha um documento com 13 diretrizes, entre elas a preservação dos biomas mineiros (mata atlântica, caatinga e cerrado), sustentabilidade e apoio às universidades para a realização de pesquisas ambientais. De presente, ganhou uma muda de ipê, uma flor cabeça-de-frade e um exemplar de Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa, representando os três biomas mineiros.