Brasília - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, indicou na manhã desta segunda-feira que não deve atender ao pedido do governo para acessar o conteúdo da delação premiada do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto da Costa, preso na Operação Lava Jato. "O sigilo é absoluto para todos", afirmou Janot, ao ser questionado sobre a solicitação feita pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para receber os depoimentos de Costa. Na semana passada, Cardozo se encontrou com o procurador-geral para reforçar o pedido. A justificativa é de que os documentos poderão possibilitar que sejam tomadas medidas corretivas pelo Executivo.
Nos depoimentos à PF, Paulo Roberto Costa citou deputados federais, senadores, governadores e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, como envolvidos em suposto esquema de cobrança de propina nos contratos da Petrobras, conforme informações divulgadas. Janot, contudo, evitou comentar o conteúdo dos depoimentos: "Eu não sei nem se está em processo de delação premiada. Não podemos levar investigação de um caso profundo como esse com base em fatos veiculados pela imprensa", disse.
"No momento oportuno, quando estiver amadurecida a investigação, tomaremos as decisões da melhor maneira possível para que se possa prosseguir na apuração dos fatos", afirmou o procurador. De acordo com Janot, o vazamento do conteúdo da delação está sendo investigado em inquérito na superintendência da Polícia Federal no Paraná.
Com Agência Estado