O ministro da Fazenda, Guido Mantega, criticou nesta segunda-feira, 15, durante o 11º Fórum de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), avaliações de candidatos para a Presidência da República da oposição, segundo as quais serão adotadas propostas de ajuste fiscal rápido a partir de 2015. "Ouvi falar em corte de R$ 100 bilhões. São propostas temerárias de execução e de consequências fortes", destacou, sobretudo aos investimentos, à área social, à produção industrial e à geração de empregos na economia.
"Ouvi falar de desmame da indústria. Benjamin (Steinbruch), você vai ser desmamado", comentou Mantega, com bom humor para o presidente da Fiesp, que estava ao seu lado durante palestra proferida no Fórum. "Desmame será abrir mais (o País) para a concorrência com estrangeiros. Para mim, seria trágico para a indústria", destacou. "Essa política neoliberal seria ruim, causaria recessão e desemprego."
Nesse contexto, o ministro da Fazenda afirmou que, com essa nova proposta macroeconômica neoliberal "tenho medo do desmonte do BNDES, como se fazia em 2001 e 2002", quando, segundo ele, o banco estatal estava sendo "desmontado."
"Sem juro baixo para o setor privado, a economia ficaria numa situação difícil", ponderou, referindo-se à Taxa de Juros de Longo Prazo, a TJLP, que está em 5% ao ano.
O ministro também ressaltou que essa política de gestão da economia iria diminuir os investimentos no pré-sal, o que seria bem negativo para o setor de energia do País. "Então, teríamos uma situação pior para a indústria, que vive uma situação sensível. Não seria a melhor estratégia para viabilizar o novo ciclo de expansão da economia."