O vice na chapa de Marina Silva (PSB), Beto Albuquerque, defendeu nesta quarta-feira, 17, que o agronegócio no Brasil "precisa ser tratado com respeito, mais apoiado e menos atacado". Ao participar da série 'Entrevistas Estadão', ele disse que o Ministério da Agricultura foi esvaziado politicamente e em termos orçamentários no atual governo, da presidente Dilma Rousseff (PT). "Um ministro da Agricultura não pode ficar um ano sem falar com a presidente", afirmou.
Sobre a polêmica envolvendo o uso dos índices de produtividade como critério para reforma agrária, ponto colocado no programa de governo da candidata, Beto afirmou que a terra tem que exercer sua função social. Mas disse que a ideia da sua plataforma é usar o índice para "premiar"e não para punir. "O agricultor que não tiver produtividade vai ser desapropriado pelo mercado, não pelo governo", afirmou. Segundo Beto, o índice pode ser usado por exemplo como critério para fornecimento de crédito.
Questionado sobre a meta da candidata de assentar 85 mil famílias, Beto disse que o País não precisa mais dos "litígios do passado". Ele afirmou que a meta é possível, desde que tenha recurso destacado no orçamento.
Com relação ao receio do setor sobre a figura ambientalista de Marina, Beto argumentou ser algo que está se revertendo. "Quando ouvem Marina falar, mudam de ideia. Ela não é a radical que se plantou", disse. Beto reforçou o argumento da campanha de que a sustentabilidade já foi incorporada pelo setor e de que é possível aumentar a produção por ganhos de produtividade em vez de crescimento da área plantada. "Sustentabilidade e respeito aos direitos humanos estão no gene da sociedade", afirmou.
O vice também reafirmou que a coligação de apoio a Marina já se comprometeu a não alterar o Código Florestal, que foi um projeto criticado pela candidata. "Não há chance no nosso governo de reabrir discussão sobre Código Florestal", afirmou.