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Estado de Minas

Vice de Marina diz que Lula acertou com autonomia do BC


postado em 17/09/2014 15:37 / atualizado em 17/09/2014 16:07

O vice na chapa de Marina Silva (PSB), Beto Albuquerque, avaliou como correta a decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de implementar a autonomia operacional do Banco Central, com Henrique Meirelles na presidência da instituição. Mas ressalvou que era uma autonomia que funcionava até pelas características pessoais de Meirelles. "Foi uma decisão correta do Lula de colocar alguém que entende do riscado, que tinha credibilidade internacional para comandar o Banco Central. Ele (Meirelles) era um cara independente e tenho certeza nunca se sujeitaria a intervenção do governo", disse Beto ao participar da série 'Entrevistas Estadão'.

Beto afirmou, porém, que essa qualidade não foi mantida no governo da sucessora de Lula, Dilma Rousseff (PT). "O (Alexandre) Tombini, eu respeito, mas ele tem mandato? Ele pode ser demitido a qualquer momento. Está ali como um cargo de confiança, se discordar do chefe, pode ir pra rua. Isso é muito ruim para uma economia tão complexa como a do Brasil", disse em referência ao atual presidente do BC. "A sujeição, a demagogia do governo, estão evidentes (após a saída de Meirelles)", completou.

O programa de governo elaborado pela coligação que apoia Marina defende a independência formal do Banco Central, com mandatos fixos de seus dirigentes, proposta que vem sendo alvo de duras críticas da campanha petista. "Essa autonomia que está aí hoje, alguém tem coragem de dizer que está dando certo?", rebateu Beto ao citar a inflação e juros altos e o baixo crescimento da economia brasileira nos últimos anos.

Beto argumentou ser ruim o fato de o BC estar sujeito a "puxão de orelha do presidente de plantão", porque isso atrapalha a função da instituição de perseguir metas econômicas. O vice de Marina argumentou que as intervenções diárias no câmbio são um exemplo de algo que não seria feito por um Banco Central "profissional". Ele ressalvou, contudo, que usou o termo em relação à direção do BC e não aos seus funcionários de carreira.


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