Jornal Estado de Minas

Base diz na CPMI que governo tem interesse em investigar

Diante de ataques da oposição na sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Congresso que tem por objetivo ouvir o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, aliados do Palácio do Planalto reagiram e afirmaram nesta quarta-feira, 17, que o governo tem todo o interesse na investigação das denúncias de irregularidades na estatal.

Desde o dia 29 de agosto, o ex-dirigente da estatal está prestando uma série de depoimentos em um acordo de delação premiada no qual tem revelado suspeitas de corrupção na empresa e crimes de pagamento de propina a dezenas de políticos, inclusive do PMDB e do PT, os dois principais partidos da base aliada.
Convocado a depor na CPMI que investiga a petroleira, Costa manteve-se em silêncio para não comprometer os termos da delação premiada que negocia com a Justiça Federal.

"Temos interesse que todos os fatos sejam investigados e que as perguntas sejam feitas. Não temos dúvida que a investigação demonstrará a isenção (dos governos Lula e Dilma) na condução da Petrobras", disse o deputado Afonso Florence (PT-BA), membro suplente da CPMI.

O petista também tentou tirar o governo da defensiva e disse que o PSDB, quando administrou o País, bloqueou apurações de malfeitos. "Diferentemente do que ocorreu quando o procurador-geral da República era o engavetador-geral da República", disparou. Ele também disse que não houve investigação sobre o "mensalão do PSDB" ou das acusações de compra de votos na aprovação da emenda que estabeleceu a reeleição.

Já o líder do PT no Senado afirmou que o governo tem interesse de "avançar na investigação". "Demos demonstrações cabais em relação a isso. A data desta sessão e a convocação do depoente aconteceram por consenso", disse o senador. Ele também justificou a oposição hoje da bancada do PT a um requerimento que queria transformar a reunião em secreta.
De acordo com ele, haveria vazamentos em uma reunião sigilosa, que serviria apenas para a disputa política. "Seriam várias versões que poderiam ser utilizadas da forma política, como vem sendo utilizada até agora".

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) disse por sua vez que o ex-diretor mentiu à CPI da Petrobras do Senado. Em maio, ele depôs à comissão e negou ser um "homem-bomba". "Não me considero homem bomba de maneira alguma. Não existe homem-bomba nenhuma", disse o ex-diretor na ocasião.

"Eu me sinto humilhada aqui, o senhor se emocionou, mas faltou com a verdade", criticou a senadora do PC do B. "Não seja seletivo não, fale tudo o que você sabe", completou Vanessa..