Desde o dia 29 de agosto, o ex-dirigente da estatal está prestando uma série de depoimentos em um acordo de delação premiada no qual tem revelado suspeitas de corrupção na empresa e crimes de pagamento de propina a dezenas de políticos, inclusive do PMDB e do PT, os dois principais partidos da base aliada.
"Temos interesse que todos os fatos sejam investigados e que as perguntas sejam feitas. Não temos dúvida que a investigação demonstrará a isenção (dos governos Lula e Dilma) na condução da Petrobras", disse o deputado Afonso Florence (PT-BA), membro suplente da CPMI.
O petista também tentou tirar o governo da defensiva e disse que o PSDB, quando administrou o País, bloqueou apurações de malfeitos. "Diferentemente do que ocorreu quando o procurador-geral da República era o engavetador-geral da República", disparou. Ele também disse que não houve investigação sobre o "mensalão do PSDB" ou das acusações de compra de votos na aprovação da emenda que estabeleceu a reeleição.
Já o líder do PT no Senado afirmou que o governo tem interesse de "avançar na investigação". "Demos demonstrações cabais em relação a isso. A data desta sessão e a convocação do depoente aconteceram por consenso", disse o senador. Ele também justificou a oposição hoje da bancada do PT a um requerimento que queria transformar a reunião em secreta.
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) disse por sua vez que o ex-diretor mentiu à CPI da Petrobras do Senado. Em maio, ele depôs à comissão e negou ser um "homem-bomba". "Não me considero homem bomba de maneira alguma. Não existe homem-bomba nenhuma", disse o ex-diretor na ocasião.
"Eu me sinto humilhada aqui, o senhor se emocionou, mas faltou com a verdade", criticou a senadora do PC do B. "Não seja seletivo não, fale tudo o que você sabe", completou Vanessa..