Com o financiamento das campanhas em baixa, eleitores arredios e possível aumento de brancos e nulos, os grandes chapões reavaliam para baixo a linha de corte nas eleições para a Câmara dos Deputados. Se à época das convenções em junho, a estimativa era de que na coligação A Vez de Minas, formada pelo PSDB, DEM, PP, PSD, PR e SD, os candidatos precisariam de aproximadamente 90 mil votos para se eleger, agora os prognósticos são de que 75 mil votos poderão ser suficientes. “A avaliação que tem prevalecido é a de que iremos eleger cerca de 23 deputados e o mínimo, que era de 90 mil votos, poderá baixar para 75 mil”, diz Paulo Simão, presidente do PSD de Minas, candidato a deputado federal.
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Formando uma bancada de 29 deputados federais, esta é considerada a chapa mais “pesada”. Muitas cabeças “coroadas” tornam o volume mínimo necessário de votos para se conquistar uma cadeira muito maior do que em outras coligações proporcionais. Nas eleições de 2010, por exemplo, o último candidato a se eleger no chapão formado pelo PSDB, DEM, PP, PPS e PR precisou de 81.129 votos. Já na coligação PMN e PSL por exemplo, Dr. Grilo conquistou cadeira com apenas 40.093 votos.
Também na Coligação Minas Pra Você, formada pelo chapão PT, PMDB, PCdoB, PROS e PRB os problemas dos candidatos são os mesmos: campanhas que se iniciaram mais tarde, com poucos recursos e eleitores desinteressados. Essa chapa tem 18 deputados federais. Em junho, estimava-se que a linha de corte – o mínimo necessário para que o candidato se eleja nesta chapa – chegasse a 100 mil votos. Agora é de 90 a 95 mil. “O que pode impactar esta linha de corte é se aumentar muito o número de votos brancos e nulos”, avalia a deputada federal Jô Moraes (PCdoB), candidata a reeleição.
Quando aumentam os votos brancos e nulos, caem os votos válidos, o que pode resultar numa retração do quociente eleitoral – mínimo de votos necessários para que um partido político ou uma coligação conquiste uma cadeira no parlamento. Entre 2002 e 2010 o eleitorado mineiro cresceu de 12.680.584 para 14.513.934 - um aumento de 14,4%, mas ao mesmo tempo as abstenções subiram de 17,09% para 18,43%. Também os votos nulos e brancos apresentaram aumento de 7,16% do eleitorado total em 2002 para 10,33% do eleitorado em 2010. Entre 2002 e 2010, o quociente eleitoral para a Câmara dos Deputados passou de 181.242 votos para 195.247 votos.