"Precisamos ajustar, o planejamento está sendo feito, a discussão com a sociedade está sendo feita, agora não se pode recuar em um centímetro na defesa do transporte por bicicletas.
Divulgada nesta quinta-feira, 18, pela entidade, a oitava pesquisa sobre mobilidade urbana revelou que 90% dos entrevistados se posicionaram a favor da ampliação das faixas de ônibus e 88% são favoráveis à construção e ampliação das ciclovias na cidade.
De acordo com o estudo, o trânsito da cidade foi considerado "ruim" e "péssimo" por 70% dos entrevistados. Entre eles, 71% disseram que deixariam o carro em casa se tivessem boa alternativa de transporte. O Ibope ouviu 700 pessoas entre dos dias 29 de agosto e 3 de setembro. A margem de erro é de 4 pontos percentuais para mais ou para menos.
Ao participar do evento, Padilha reforçou que se eleito não "vai abandonar" o projeto de fortalecer o transporte coletivo. "Como nós não abandonamos a política das faixas exclusivas de ônibus", disse.
O petista ponderou que "ajustes" são necessários, mas defendeu a autorização para o uso das faixas de ônibus também para táxis. A medida consta no capítulo dedicado à mobilidade urbana do plano de governo do candidato, bem como a recuperação e a implantação de novos corredores de ônibus nas regiões metropolitanas e o apoio aos municípios para a instalação de ciclovias.
A despeito dos dados da pesquisa, Haddad tem sido alvo de críticas públicas de adversários políticos por conta da ampliação de ciclofaixas na cidade. No último dia 9, o senador Aloysio Nunes (PSDB), candidato à vice presidência na chapa do tucano Aécio Neves, publicou em sua página do Twitter que a medida era um "delírio autoritário" do prefeito "provocando revolta nos moradores de Higienópolis".
Padilha disse que, mesmo sendo alvo de críticas, Haddad não deve "arredar pé" da proposta. "Resistências que possam existir não podem fazer com que a gente arrede um pé da implantação da ciclofaixas, de fortalecer o transporte cicloviário na cidade de São Paulo", disse.
Segundo o candidato, as opiniões contrárias às ciclofaixas explicam-se principalmente por conta de hábitos que precisam evoluir. "Nós precisamos mudar os hábitos para que a vida nas cidades sejam cada vez melhores", afirmou.
Padilha lembrou que o prefeito também enfrentou resistência na implantação das faixas exclusivas de ônibus, e que hoje a medida é apoiada pela maioria da população. "Você fazer mudanças e sobretudo governar para quem mais precisa, para quem é excluído, você precisa ter coragem", disse, em defesa do seu correligionário.
A liberação das faixas de ônibus para táxis também foi um tema delicado para o prefeito. Seis meses depois de restringir esses veículos nas faixas, Haddad foi pressionado e recuou na medida no último dia 13, quando voltou a liberar a circulação em faixas antes exclusivas para ônibus. O recuo aconteceu após uma agenda da presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff com taxistas, que pediram a volta do direito. Agora, os taxistas têm acesso a todos os 440 quilômetros de faixas espalhadas pela capital paulista. O tráfego nesses locais está condicionado à presença de passageiros. Os veículos não podem utilizar as faixas somente com o motorista.
Sem carro
Padilha e Haddad planejam para o próximo domingo, dia mundial sem carro, uma espécie de 'bicicletada' no centro da capital. A agenda de campanha do petista será feita, ao lado do prefeito, de bicicleta, no Pátio do Colégio pela manhã..