Alckmin sofreu o revés jurídico pois, segundo o entendimento do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP), o tucano realizou campanha eleitoral durante as visitas às igrejas, o que é vedado pela legislação.
Nesta quinta, o governador esteve com pastores evangélicos durante a abertura do Salão Gospel. Ele cortou a fita que simbolizava o início da feira e fez duas orações com os pastores. De olhos fechados, Alckmin abaixou a cabeça e respondeu "amém" durante a pregação do reverendo Paulo Siqueira, da Igreja Quadrangular.
A decisão do TRE-SP também foi fundamentada por reportagens sobre as visitas de Alckmin às igrejas. Para o juiz, o discurso proferido por ele nessas ocasiões visava "a empatia dos presentes".
"Ademais, qual o outro objetivo teria o candidato representado ao comparecer a determinado culto religioso frequentado por um grande número de pessoas, utilizando-se da palavra para expor suas realizações, senão a obtenção do voto? Sobretudo na iminência do pleito eleitoral?", questiona o magistrado. "O discurso, embora em tom religioso, mas subliminarmente político, visa a empatia dos presentes. Em outras palavras, se fazer visto e agradar esse nicho de eleitores."
A representação leva em consideração dois eventos religiosos nos quais o governador participou. Em julho deste ano Alckmin chegou a subir no palco da igreja Sara Nossa Terra ao lado do ex-governador e candidato a senador na chapa, José Serra recebeu a bênção do bispo Robson Rodovalho.
Em outra ocasião, no dia 11 de setembro, Alckmin foi a um evento com cerca de 400 pastores de uma igreja neopentecostal onde subiu no púlpito e discursou para o grupo.
Pela legislação, são proibidas propagandas eleitorais em bens de uso comum, isto é, locais que são abertos ao público, como lojas, clubes e, sobretudo, templos religiosos. Procurada, a assessoria de imprensa da campanha de Alckmin afirmou que ele vai recorrer da decisão..