Um dia depois de ter sido multado em R$ 4 mil pela Justiça Eleitoral por conta de suas visitas a templos evangélicos, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) participou nesta quinta-feira, 18, da abertura do 3º Salão Internacional Gospel em São Paulo.
Nesta quinta, o governador esteve com pastores evangélicos durante a abertura do Salão Gospel. Ele cortou a fita que simbolizava o início da feira e fez duas orações com os pastores. De olhos fechados, Alckmin abaixou a cabeça e respondeu "amém" durante a pregação do reverendo Paulo Siqueira, da Igreja Quadrangular.
A decisão do TRE-SP também foi fundamentada por reportagens sobre as visitas de Alckmin às igrejas. Para o juiz, o discurso proferido por ele nessas ocasiões visava "a empatia dos presentes".
"Ademais, qual o outro objetivo teria o candidato representado ao comparecer a determinado culto religioso frequentado por um grande número de pessoas, utilizando-se da palavra para expor suas realizações, senão a obtenção do voto? Sobretudo na iminência do pleito eleitoral?", questiona o magistrado. "O discurso, embora em tom religioso, mas subliminarmente político, visa a empatia dos presentes. Em outras palavras, se fazer visto e agradar esse nicho de eleitores."
A representação leva em consideração dois eventos religiosos nos quais o governador participou. Em julho deste ano Alckmin chegou a subir no palco da igreja Sara Nossa Terra ao lado do ex-governador e candidato a senador na chapa, José Serra recebeu a bênção do bispo Robson Rodovalho.
Em outra ocasião, no dia 11 de setembro, Alckmin foi a um evento com cerca de 400 pastores de uma igreja neopentecostal onde subiu no púlpito e discursou para o grupo. "Eu vim pedir as orações de vocês. Nós somos parceiros e iremos trabalhar juntos no trabalho social das igrejas, procurando apoiar quem mais precisa", segundo trecho da decisão.
Pela legislação, são proibidas propagandas eleitorais em bens de uso comum, isto é, locais que são abertos ao público, como lojas, clubes e, sobretudo, templos religiosos. Procurada, a assessoria de imprensa da campanha de Alckmin afirmou que ele vai recorrer da decisão.