Erundina notabilizou-se no Congresso - ela está no quarto mandato de deputada - pela defesa das bandeiras LGBT, da revisão da Lei da Anistia e da democratização da mídia. Marina, porém, evita encampar essas propostas. Em um episódio recente, a equipe da candidata retirou do programa de governo trechos que previam a criminalização da homofobia e a aprovação do casamento gay. Na ocasião, Erundina não se manifestou. Hoje, quando questionada, ela minimiza o caso. "Essas questões são menores. Em uma disputa eleitoral com essa dimensão, essas questões precisam ser tratadas no seu devido tempo", afirmou.
Para evitar novos desgastes - e não se desgastar com os seus eleitores - Erundina tem acompanhado Marina a pouquíssimos eventos.
Em outra ocasião, também na semana passada, a deputada reconheceu as diferenças. "Não alterei um milímetro das minhas posições. Mas há mais convergências do que divergências." Entre as discordâncias, talvez a mais delicada seja a revisão da Lei da Anistia, que permitiria que militares e civis sejam punidos por seus crimes da época da ditadura.
Em debates na Câmara, Erundina costumava fazer duras críticas à presidente Dilma Rousseff (PT), por se mostrar contrária à revisão da norma. "A postura da presidente Dilma é de leniência. Por que esse receio? Não entendo, sobretudo para uma pessoa que pagou tão caro na época", chegou a dizer a parlamentar. A posição não mudou, mas Marina é poupada. "Temos que lutar pela revisão, mas isso é um aspecto menor", disse a deputada.
Quando questionada sobre sua baixa participação nos eventos de campanha, a deputada diz que tem de se concentrar na sua campanha à reeleição para a Câmara. Apesar das divergência, Erundina e Marina compartilham a mesma mágoa com o PT, partido que ambas ajudaram a fundar e que, hoje, tentam derrotar no plano nacional. .