"O fator previdenciário é uma espécie de esparadrapo para resolver uma situação não definida." E saiu em defesa de seu correligionário, dizendo que o presidenciável tucano defendeu a proposta levando em conta que sua eventual gestão deverá fazer a economia crescer e será uma economia responsável.
Ele explicou que este fator foi criado em sua gestão depois que o Congresso Nacional não aceitou um aumento do tempo de trabalho para as aposentadorias. "Basicamente a esperança de vida aumentou, as pessoas vivem mais tempo e o mais racional é que a idade fosse aumentada, mas a proposta foi recusada pelo Congresso por um voto."
Em função disso, o seu governo instituiu este fator para equilibrar as finanças da Previdência. "Isto é tão significativo que, por pressão política, o Congresso derrubou essa lei (na gestão do ex-presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva) e o Lula vetou o fim do fator previdenciário", emendou.
Em entrevista coletiva concedida após evento com empresários na capital paulista, que contou com a participação do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, FHC disse que não entende como a presidente Dilma Rousseff pode ser economista. Em palestra proferida no almoço com cerca de 600 empresários, ele já havia feito esta ironia, rebatendo a afirmação da petista de que por conta dos empréstimos tomados pelo País em sua gestão, o tucano havia quebrado o Brasil duas vezes.
"Eu nunca quebrei o Brasil", protestou. Na entrevista, ele refutou o argumento da presidente sobre a economia brasileira depender em certa medida do desempenho da economia norte-americana. "Não se pode achar que o Brasil depende da recuperação dos EUA, pois o País já está atrasado, os EUA estão se recuperando há cinco anos." E repetiu: "Não sei como ela pode ser economista, não entendo."
Petrobras
O ex-presidente defendeu que a campanha de Aécio "dramatize" mais o episódio envolvendo o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, preso na Operação Lava Jato.
"Não sou marqueteiro, mas a dramatização é um modo de comunicação importante. A Marina (Silva) respondeu a Dilma de forma dramática quando disseram que ela acabaria com o Bolsa Família.
Conforme divulgado pela imprensa, ele já teria citado mais de 30 nomes de políticos, dentre eles o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL)e o governador do Ceará, Cid Gomes (PROS) que estariam envolvidos em um esquema de pagamento de propinas em contratos da estatal.
Ainda segundo o ex-presidente, o PSDB tem uma grande estrutura e precisa acioná-la. Questionado sobre a possibilidade de participar de um governo em uma eventual vitória da candidata do PSB, Fernando Henrique afirmou que não fará especulação sobre o assunto. "A vitória de Marina é tão eventual quanto a de Aécio. Se ele conseguir ótimo. Se não, fez o seu dever. Não fico especulando", disse.
Paralelo
Armínio Fraga por sua vez criticou a campanha de Dilma por ter exibido um vídeo que relaciona a independência do Banco Central à falta de comida na mesa das pessoas."Esse ataque à independência do Banco Central e à Marina é uma loucura", por outro lado, Fraga afirmou que "cabe um paralelo entre os casos do mensalão e da Petrobras".
Na exposição feita durante o almoço, Armínio Fraga criticou o atual cenário eleitoral. "O quadro desta eleição é o mais populista que vi na minha vida". O presidente do BC, também disse que apesar do diagnóstico da economia ser simples, a resposta do governo tem sido muito voltada à demanda..