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Estado de Minas

Aécio sobe tom sobre Marina em horário eleitoral


postado em 23/09/2014 15:19 / atualizado em 23/09/2014 15:47

O horário eleitoral na TV na tarde desta terça-feira, 23, foi marcado pelo aumento das críticas do candidato do PSDB, Aécio Neves, às principais adversárias, principalmente Marina Silva (PSB), com quem disputa uma vaga no segundo turno. A ex-ministra, por sua vez, falou novamente em "mudar a política" e voltou a suas origens, com propostas para a preservação do meio ambiente. Dilma Rousseff (PT) não citou nenhum de seus adversários em um programa que tratou principalmente de direitos das pessoas com deficiência, mas apresentou um depoimento da filha de Chico Mendes, ambientalista que foi o mentor de Marina na década de 80.

Marina tentou mostrar "como a velha política atrasa a sua vida" fazendo críticas indiretas principalmente ao governo de Dilma Rousseff, com menções a "autoridades que cuidam somente dos interesses dos grupos que dominam aos partidos" e distribuição de "cargos e ministérios em troca de mais tempo no horário eleitoral". "Nosso interesse não é derrotar a qualquer custo, é mudar a política", afirmou Marina.

Depois das críticas, Marina reapresentou algumas propostas como o ensino em tempo integral e o passe livre para estudantes de escolas públicas. Marina apareceu caminhando em uma floresta e falando sobre espécies nativas, como a biorana, já citada pela candidata em outro programa como uma árvore aparentemente frágil, mas resistente. Além de propor a criação do Conselho Nacional de Mudanças Climáticas, a ambientalista falou em reduzir o desmatamento, aumentar a área de florestas plantadas e acabar com os lixões.

O programa de Aécio Neves apresentou uma conversa do presidenciável com líderes sindicais, como o deputado Paulinho da Força e o presidente da Força Sindical, Miguel Torres. Nesta parte, quando falou sobre seu compromisso de buscar alternativas para a substituição do fator previdenciário e de continuar a valorização do salário mínimo, o tucano criticou principalmente o governo do PT. "Eu fiz uma conta outro dia: só esses desvios na Petrobras permitiriam que 450 mil crianças, o seu filho por exemplo, estivessem em uma creche". Ontem, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse em entrevista que o aliado deveria "dramatizar" o escândalo da Petrobras.

As críticas a Marina Silva vieram em seguida, com o locutor do programa tucano ligando a candidata do PSB ao PT e listando uma série de eventos que lembravam a participação da ambientalista no governo Lula. "Marina foi ministra do governo do PT junto com a Dilma, enquanto isso Aécio era oposição e defendia mudança", afirmou o locutor, que disse ainda que Marina deixou o PT "quando Lula escolheu Dilma para ser sua candidata". A tentativa de criação da Rede e a ida para um partido que foi por muito tempo aliado do atual governo também foram ressaltadas. "Dilma promete as mudanças que não fez e Marina, a nova política que nem sempre praticou. Enquanto isso, Aécio segue defendendo a mudança", conclui.

Com um tempo de TV muito superior aos adversários, a presidente Dilma apresentou realizações de seu governo e fez promessas para um eventual segundo mandato. O projeto "Viver Sem Limites", voltado para pessoas com deficiência física, foi apresentado como uma estratégia integrada para enfrentar os desafios de quem tem mobilidade reduzida.

O programa apresentou personagens como o senhor Jairon Vieira, cadeirante que hoje mora com a esposa em uma casa adaptada graças ao Minha Casa Minha Vida. "Dona Dilma, obrigado", disse em um vídeo gravado para a candidata do PT. Dilma disse orgulhar-se do Minha Casa Minha Vida, visitou famílias que moram em casas construídas pelo programa e disse que não vai se acomodar por ser a presidente "que mais construiu casas populares". "Se a família é o centro de tudo, a casa própria é mais do que um telhado, concreto e paredes", disse a presidente.

Já no final do programa, Dilma apresentou duas críticas indiretas a adversários - no caso, a Marina Silva. A candidata petista mostrou depoimentos de apoiadores e entre eles estava Ângela Mendes, filha de Chico Mendes que declarou apoio à petista. "Não vemos nenhum outro candidato capaz de fazer as mudanças que a juventude precisa, que os povos da floresta precisam", afirmou. O locutor ainda afirmou que "o Brasil que defende o pré-sal também está com a presidenta Dilma" antes de um eleitor dizer que "o pré-sal não é irrelevante, é o futuro".

Dilma aproveitou a propaganda para convocar, no próximo dia 26, uma mobilização nacional pelos direitos dos trabalhadores batizada de "nem que a vaca tussa", em referência à sua fala em comício em Campinas, na semana passada.


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