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Estado de Minas

Dirigentes acham difícil tirar Amaral da direção do PSB


postado em 23/09/2014 16:37 / atualizado em 23/09/2014 17:19

A escolha da nova Comissão Executiva do PSB em meio a um processo eleitoral tende a manter o atual presidente interino, Roberto Amaral, na liderança da sigla. Dirigentes revelaram que foram surpreendidos pela convocação da reunião e dizem que não há tempo hábil para articular chapas concorrentes.

Amaral tinha até dezembro (término do mandato da atual Executiva) para convocar a reunião que definirá os 35 membros da cúpula do PSB, mas decidiu antecipar a escolha da nova liderança. Em julho, a legenda se reuniu em Brasília e elegeu os novos 101 membros e 9 suplentes do Diretório Nacional, responsável pela escolha do novo presidente. O partido estava desde 2005 sob o comando do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, eleito por aclamação logo após a morte de seu avô, o ex-governador pernambucano Miguel Arraes.

"Levei um susto quando recebi a convocação. Não sei se dá tempo de alguém se mobilizar, articular isso", disse um dirigente. O pessebista acha prudente que a escolha seja feita antes do resultado das urnas, para evitar que a eleição interfira no controle interno do partido. Ele, no entanto, acredita que nenhum dirigente da sigla conseguirá trabalhar nos bastidores para viabilizar uma chapa concorrente a de Amaral, já que todos estão envolvidos com suas campanhas estaduais e a nacional.

Duas teses para a antecipação da escolha circulam no PSB: a de que é preciso evitar o crescimento de uma potencial interferência da candidata do partido à Presidência da República, Marina Silva, e de que o grupo pernambucano reivindique a direção do partido. Hoje, um dos principais nomes do Estado seria a do prefeito de Recife, Geraldo Júlio, afilhado político de Campos e próximo da família do presidenciável morto em 13 de agosto. "Não dá para ter disputa nesta hora", comentou um dirigente.

O secretário-geral do PSB, Carlos Siqueira, revelou que também não foi consultado sobre a reunião, mas lembra que a presidência pode fazer a convocatória no momento em que achar conveniente. "Não vou questionar a convocação", disse.

Siqueira considera "mínima" as chances dos aliados de Marina interferirem na organização do partido e de haver um racha interno. No entanto, o dirigente afirma que está trabalhando para buscar a unidade da sigla até o dia 29 de setembro, dia da reunião em São Paulo. Até agora, nenhuma chapa se inscreveu para disputar contra Amaral. "Minha preocupação é em unir as pessoas nesta fase de transição", declarou.


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