A visita foi acompanhada por seis membros das comissões, sete vítimas e dois peritos que verificaram as modificações feitas nos prédios desde o início da ditadura militar. Desta vez, os 15 integrantes puderam entrar nas instalações sem problemas, inclusive onde funcionou o Pelotão de Investigações Criminais: um prédio de dois andares nos fundos do quartel que funcionava como espaço de tortura. Durante a visita, as vítimas lembraram que nesse espaço eram colocadas na "geladeira", submetidas a temperaturas e sons extremos. O nome foi mantido até hoje. No prédio da frente havia uma enfermaria.
"Muita coisa foi conservada e as vítimas conseguiram reconhecer a maioria dos lugares onde foram torturadas", afirmou João Ricardo Dornelles, membro da Comissão Estadual do Rio (CEV-Rio). "A perícia técnica, os testemunhos de quem sofreu tortura e o depoimento de agentes que eram violadores de direitos humanos, reforçam a tese de desvio de finalidade (das instalações militares) e faz uma rediscussão sobre a Lei de Anistia".
"Nossa finalidade (com a visita) foi comprovar os fatos e demonstrar que houve desvio de finalidade, já que foram cometidos diversos atos de violação de direitos humanos nessas instalações", avaliou Pedro Dallari, coordenador da Comissão Nacional da Verdade (CNV).
Dallari ressaltou que o grupo foi recebido "de maneira digna pelo Exército que nos deu acesso a todas as instalações". Na chegada, o comandante do Batalhão, coronel Luciano disse que era "um orgulho muito grande receber todos vocês (CNV, CEV-Rio e os ex-presos políticos)".
À tarde, as comissões e os ex-presos políticos visitam o Hospital Central do Exército (HCE), no bairro de Triagem, também na zona norte.