Brasília – O doleiro Alberto Youssef decidiu fazer a delação premiada no âmbito da Operação Lava a Jato, da Polícia Federal. A informação é do advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende o doleiro no Superior Tribunal de Justiça. “É uma pena, temos uma tese jurídica que era importante no STJ”, afirmou o criminalista. Ele disse ter sido avisado que o doleiro tomou a decisão por pressão familiar e porque vários outros decidiram fazer a delação. O advogado deixará o caso.
O rigor adicional que os procuradores têm com Youssef deve-se ao fato de o doleiro já ter descumprido um acordo de delação que assinou em 2004, quando foi investigado por remessas ilegais que fez usando o Banestado, banco do governo do Paraná. Youssef se comprometeu a deixar o mercado paralelo de dólares, mas, em vez disso, aumentou ainda mais o volume de seus negócios. Como desrespeitou a promessa, o processo do Banestado foi reaberto em maio deste ano pelo juiz federal Sergio Moro, responsável pela operação, e Youssef foi condenado a quatro anos de prisão. A ação penal havia sido instaurada em 2003 e os crimes de Youssef, perdoados em 2004.