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Estado de Minas

Filho de Campos já age como herdeiro político

"Meu pai não deixou uma herança, pois esta, quando dividida, pode se acabar. Ele deixou um legado, que, quanto mais o dividirmos, mais crescerá, espalhando-se pelo Brasil todo", disse João Campos


postado em 24/09/2014 08:31 / atualizado em 24/09/2014 09:21

Recife - O filho mais velho de Renata e Eduardo Campos, João Campos, de 20 anos, estreou na campanha eleitoral de Pernambuco com seu apoio ao candidato ao governo pelo PSB, Paulo Câmara, nos últimos dias. Em palanque, o rapaz reforçou anteontem o legado político do pai, morto em acidente aéreo em agosto. “Meu pai não deixou uma herança, pois esta, quando dividida, pode se acabar. Ele deixou um legado, que, quanto mais o dividirmos, mais crescerá, espalhando-se pelo Brasil todo”, disse João em Barreiros, ao lado de Câmara, a quem tratou como “o capitão” do time de craques do qual Campos era o técnico. “Paulo Câmara era o jogador que assumia a responsabilidade em campo e resolvia quando o jogo ficava difícil”, comparou.

Em Caetés, dois dias antes, o rapaz havia discursado que o pai “estava na mais dura batalha que ele já tinha enfrentado”. “Era uma briga contra duas forças que há mais de 20 anos estão no poder (PT e PSDB) e hoje vêm tirando a oportunidade do povo sonhar com um futuro melhor. E nós estamos aqui para continuar essa luta”, atacou.

No programa eleitoral da televisão, a viúva Renata Campos assegura que Câmara tem “total capacidade” para levar adiante o legado deixado pelo ex-governador de Pernambuco. Como fiadora das escolhas do ex-presidenciável, também pede voto para o candidato a senador, Fernando Bezerra Coelho (PSB). A fala de Renata estreou no vídeo na noite de anteontem e vai ser repetida em inserções de rádio e televisão. A família Campos assume agora um papel de protagonismo com a disposição de fazer valer o que Renata havia dito em seu primeiro evento público depois do enterro do marido: a prioridade é eleger Câmara e Coelho.

Ex-secretário estadual da Habitação, do Turismo e depois da Fazenda, no governo Campos, Câmara era um desconhecido do eleitorado. A primeira rodada do Ibope, de 30 de julho, apontava a sua desvantagem em relação ao candidato adversário e ex-aliado, o senador Armando Monteiro Neto (PTB), apoiado pelo PT. Enquanto o socialista tinha 11% das intenções de voto, o petebista somava 43%. Na terceira rodada da pesquisa feita no último dia 16, no entanto, Câmara estava à frente - 38% contra 32% do petebista.

Prima do ex-presidenciável, a vereadora Marília Arraes apoia o candidato adversário Armando Monteiro Neto e considerou “lamentável” o uso de imagens de familiares do ex-governador na campanha. “Não acrescenta nada à história de Pernambuco, um Estado politizado e revolucionário”, disse. Sobre o engajamento de João Campos, ela observou que ele tem um longo caminho pela frente para se tornar um líder político. “Não é herança familiar”, disse. “Não estamos numa monarquia.” 


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