"Também precisamos de reformas microeconômicas inadiáveis e estabelecer novo conceito de relacionamento entre Estado e sociedade", comentou Rands. Na visão dele, é preciso "refundar o Estado brasileiro" e resgatar o tripé macroeconômico. "Não é possível continuarmos com política fiscal frouxa, que repercute em perda de credibilidade", afirmou. "O processo de resgate da credibilidade da política fiscal passa por transparência. Por isso sugerimos a criação do Conselho Nacional de Responsabilidade Fiscal", apontou.
Rands avalia ainda que "excessos de intervencionismo com visão de curto prazo tornou sem credibilidade a política monetária." Neste contexto, ele diz que para Marina Silva é "necessário a independência do BC por lei, que vai ajudar a reduzir a inflação." Rands participa de evento em São Paulo juntamente com o coordenador do programa de governo da candidata Dilma Rousseff (PT), Alessandro Teixeira, e Armando Castelar, assessor econômico do candidato à presidência da República, Aécio Neves.
Spread
Rands afirmou também que o País precisa de reformas microeconômicas "inadiáveis", como a tributária, que será essencial para o setor industrial e empresarial nacional. Ele também defendeu "políticas para reduzir spreads, com diálogo respeitoso e transparente", disse. "Sem satanizar um setor que é importante para o desenvolvimento do País.
Na avaliação de Rands, um governo de Marina Silva vai utilizar bancos públicos para concessão de crédito, mas terá maior participação das instituições privadas neste mercado. Ele também destacou que é "preciso pensar a legislação trabalhista com maturidade", com foco de preservar conquistas de trabalhadores, mas com mais segurança jurídica e redução de burocracia. "Pensamos no setor público aportando crédito com instituições públicas, mas também teria mais participação do setor financeiro privado", disse.
Para Rands, também é "preciso segurar conquistas dos trabalhadores, mas há espaço para mais certeza jurídica e menos burocracia". "O Estado precisa de planejamento estratégico, com foco em resultados. Os critérios de preenchimento de cargos em agências e ministérios não pode ser outro que não seja a meritocracia", disse Rands.
Maurício Rands apontou ainda que a melhor gestão das contas públicas dará espaço no Orçamento para que o Estado invista mais em infraestrutura. E esta estratégia, segundo ele, ocorreria em parceria com o setor privado. "O governo e as empresas investem 2,45% do PIB em infraestrutura. Para o PIB crescer 4%, precisamos de investimento de 4,5% a 5% em projetos de logística, estradas, portos, aeroportos e energia. A economia precisa de aumentos substanciais de produtividade. Ganhos de produtividade devem ser uma obsessão compartilhada por toda a sociedade brasileira.".