Jornal Estado de Minas

Rands defende melhora da gestão da política fiscal

São Paulo - Maurício Rands, um dos coordenadores do programa econômico da candidata do PSB, Marina Silva, afirmou nesta quarta-feira que caso ela vença as eleições a política macroeconômica será alterada de forma substancial.
Ele defendeu melhora expressiva da gestão da política fiscal, independência do BC para assegurar que vai perseguir a meta de inflação e política cambial que vai resgatar competitividade dos setores produtivos nacionais.

"Também precisamos de reformas microeconômicas inadiáveis e estabelecer novo conceito de relacionamento entre Estado e sociedade", comentou Rands. Na visão dele, é preciso "refundar o Estado brasileiro" e resgatar o tripé macroeconômico. "Não é possível continuarmos com política fiscal frouxa, que repercute em perda de credibilidade", afirmou. "O processo de resgate da credibilidade da política fiscal passa por transparência. Por isso sugerimos a criação do Conselho Nacional de Responsabilidade Fiscal", apontou.

Rands avalia ainda que "excessos de intervencionismo com visão de curto prazo tornou sem credibilidade a política monetária." Neste contexto, ele diz que para Marina Silva é "necessário a independência do BC por lei, que vai ajudar a reduzir a inflação." Rands participa de evento em São Paulo juntamente com o coordenador do programa de governo da candidata Dilma Rousseff (PT), Alessandro Teixeira, e Armando Castelar, assessor econômico do candidato à presidência da República, Aécio Neves.

Spread


Rands afirmou também que o País precisa de reformas microeconômicas "inadiáveis", como a tributária, que será essencial para o setor industrial e empresarial nacional. Ele também defendeu "políticas para reduzir spreads, com diálogo respeitoso e transparente", disse. "Sem satanizar um setor que é importante para o desenvolvimento do País.
O setor financeiro é importante para concessão de crédito para indústria e comércio", apontou.

Na avaliação de Rands, um governo de Marina Silva vai utilizar bancos públicos para concessão de crédito, mas terá maior participação das instituições privadas neste mercado. Ele também destacou que é "preciso pensar a legislação trabalhista com maturidade", com foco de preservar conquistas de trabalhadores, mas com mais segurança jurídica e redução de burocracia. "Pensamos no setor público aportando crédito com instituições públicas, mas também teria mais participação do setor financeiro privado", disse.

Para Rands, também é "preciso segurar conquistas dos trabalhadores, mas há espaço para mais certeza jurídica e menos burocracia". "O Estado precisa de planejamento estratégico, com foco em resultados. Os critérios de preenchimento de cargos em agências e ministérios não pode ser outro que não seja a meritocracia", disse Rands.

Maurício Rands apontou ainda que a melhor gestão das contas públicas dará espaço no Orçamento para que o Estado invista mais em infraestrutura. E esta estratégia, segundo ele, ocorreria em parceria com o setor privado. "O governo e as empresas investem 2,45% do PIB em infraestrutura. Para o PIB crescer 4%, precisamos de investimento de 4,5% a 5% em projetos de logística, estradas, portos, aeroportos e energia. A economia precisa de aumentos substanciais de produtividade. Ganhos de produtividade devem ser uma obsessão compartilhada por toda a sociedade brasileira.".