O PSB continua rachado em Minas Gerais. A mais nova disputa envolvendo a legenda no estado tem como pivô a agenda da candidata do partido à Presidência da República, Marina Silva. No início da semana, a legenda divulgou que a ex-senadora estaria nesta sexta-feira em Lagoa Santa – município da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) administrado pelo prefeito Fernando Pereira, filiado ao PSB – para a realização de um comício de encerramento de sua campanha em Minas Gerais. Integrantes da Rede – o partido lançado por Marina que não obteve registro na Justiça Eleitoral – organizaram o evento. No entanto, a campanha do candidato socialista ao governo de Minas, Tarcísio Delgado, informou ontem que a viagem a Lagoa Santa foi cancelada e que Marina vai a Juiz de Fora, na Zona da Mata, terra natal de Delgado, antes de seguir para Montes Claros, no Norte de Minas, para um ato marcado para a noite. A decisão de cancelar o comício em Lagoa Santa teria partido do comando nacional da campanha.
O prefeito do município da RMBH, no entanto, garante que a candidata estará na cidade e que toda a estrutura já foi montada e convites distribuídos para o evento. Pouco antes, a secretária-geral do partido em Minas Gerais, Ana Paula Rocha Teixeira, disse que houve um problema na agenda e que Marina talvez tivesse de cancelar a ida a Lagoa Santa, mas garantiu que ainda não havia confirmação oficial sobre o destino dela em Minas e que, se for preciso, a candidata voltará ao estado na próxima semana para visitar a cidade que ficar de fora da agenda de amanhã. Segundo a secretária, não há disputa entre grupos do PSB e da Rede pela agenda da presidenciável.
Promessas socialistas
Nessa qurata-feira, o fator previdenciário foi centro da campanha de Marina. A ex-senadora se encontrou com lideranças sindicais em São Paulo, onde prometeu “revisitar” o cálculo das aposentadorias. “Queremos revisitar o fator previdenciário para encontrar uma forma correta que não penalize o trabalhador e o aposentado brasileiro”, discursou. Em resposta aos ataques adversários, a presidenciável assegurou que manterá todos os direitos trabalhistas e sociais.
“É preciso aperfeiçoar o fator previdenciário que o Fernando Henrique Cardoso criou e o PT criticou, mas manteve. É preciso encontrar uma nova maneira de caminhar que não seja a que pune o trabalhador e o aposentado”, defendeu Marina, sem detalhar propostas.
Marina reforçou o compromisso dela com o trabalhador e rebateu o ataque petista que insinua que a pessebista acabará com direitos sociais e trabalhistas. “Nossa coligação não retrocederá nem um milímetro nas conquistas alcançadas a duras penas pelos brasileiros. Temos respeito pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho)”, disse.
A candidata aproveitou o palanque para criticar a gestão de empresas e órgãos públicos, como a Petrobras e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Não vamos ser complacentes com os erros, como aqueles que estão acabando com a Petrobras e com a Eletrobrás e desmoralizando, além das agências reguladoras, uma instituição tão respeitada para o planejamento das políticas públicas, como o IBGE”, atacou, em referência à correção dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), na semana passada.
Com Felipe Seffrin.