No comparativo com o último mês de seu antecessor, padrinho político e principal cabo eleitoral nesta campanha à reeleição, Dilma chegou a junho deste ano com 6% menos servidores em atividade na Polícia Federal. A contração atinge delegados (-7%), responsáveis por conduzir investigações e encaminhar inquéritos ao Ministério Público, escrivães (-7%) e peritos (-2%), carreiras que dão suporte às ações policiais e ajudam a produzir provas contra suspeitos, respectivamente.
A queda só não foi maior no contingente policial porque houve um concurso para papiloscopistas, elevando em 14% o efetivo da carreira que cuida da coleta de impressões digitais em locais de crime - em números, foram 64 novos servidores nos três anos e meio de governo Dilma Rousseff.
“Temos em torno de 4 mil cargos vagos, que um dia foram ocupados por agentes, delegados, e que hoje estão abertos. O ideal seria, no mínimo, triplicar o número de servidores”, afirma o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Jones Borges Leal. “Tem uma crise institucional no órgão, ganhamos menos do que há dez, doze anos, perdemos 16 colegas por suicídio na gestão atual. A polícia hoje está doente, muito doente, e não enxergo que a Polícia Federal esteja vivendo às mil maravilhas”, afirma o presidente da Fenapef.
‘Limite’. A situação não é muito diferente na Controladoria-Geral da União, cuja atribuição é apurar condutas de servidores públicos.
Em texto sobre diretrizes de governo publicado na internet, Dilma afirma que “o fortalecimento das Polícias Federal e Rodoviária Federal teve sequência, com investimentos em recursos humanos e inteligência, com adoção de ferramentas de alta tecnologia”. Segundo o presidente da Fenapef, “o governo foi eficiente em novos equipamentos, viaturas, armamentos, mas, com o servidor propriamente dito, não”.
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