A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, foi a entrevistada na manhã desta quinta-feira pelo Bom Dia Brasil, da TV Globo. A candidata falou de temas polêmicos e voltou os ataques contra a presidente Dilma Rousseff. Marina criticou a gestão da presidente em relação a políticas econômicas afirmando que a petista foi a única – entre os três que a precederam, Itamar Franco, Fernando Henrique e Lula -, que se 'aventurou' na condução da economia.
De acordo com Marina, a política econômica implementada por Dilma precisa ser revista para restabelecer a confiança dos investidores no país. Entre as prioridades, ela defendeu a criação de um conselho de responsabilidade fiscal para dar transparência aos gastos do governo. “Gasta-se de forma ineficiente”, afirmou. Disse também que vai rever o teto da meta para o índice inflacionário - de 6,5% para 4,5% ao ano. Defendeu rever a destinação das linhas de crédito dos bancos públicos. Para ela, o governo atual privilegia “meia dúzia de ungidos” - que ela calculou terem sido beneficiados com financiamentos a juros subsidiados que giram em torno de R$ 500 bilhões.
CLT
Marina também prometeu que, se eleita, não irá mexer na CLT. Em contrapartida, disse que pretende tirar do mercado informal 20 milhões de trabalhadores. De acordo com ela, a resolução “ não é simples” e a saída é “fazer a atualização” das regras que disciplinam contratos terceirizados. Marina ainda defendeu que apenas as atividades meio, ou seja, emprego de mão de obra que não se alinhe à atividade fim dos empregadores, sejam terceirizadas.
Reforma Tributária
Marina também prometeu enviar, se eleita, no primeiro mês de governo um projeto propondo a reforma tributária. Ela estabeleceu como tripé para as novas regras a seguinte fórmula: “quem pode mais, paga mais, transparência e simplificação”.
Em relação também ao pagamento de tributos, Marina disse que pretende rever os incentivos fiscais dados pelo atual governo para incrementar a produção e gerar empregos. Segundo ela, o governo tem adotado o incentivo fiscal, citando a indústria automobilística, sem exigir 'contrapartida' do empresariado. “Vamos qualificar melhor esse incentivos”, explicou, elencando como retorno empresarial a redução de emissão de gás carbônico e investimentos em novos equipamentos.
Conflito
A candidata do PSB afirmou que não vê empecilho em compatibilizar interesses dos diversos setores econômicos – em especial do agronegócio - e os ambientalistas. “As duas coisas não são incompatíveis. É possível juntar economia e ecologia. O conflito é para se remanejado”, resumiu.
Sobre os alimentos transgênicos - outro item da pauta que no passado de Marina gerou polêmica entre ambientalistas e o agronegócio-, Marina disse que não pretende, se eleita, mudar a lei que disciplinou o plantio no país desse tipo de alimentação modificada geneticamente.
Choro
Marina também rebateu quem entendeu ser sinal de fraqueza ela ter chorado após ser criticada pelo ex-presidente Lula quanto às propostas que defende para se eleger presidente da República. “Não se pode confundir fraqueza com sensibilidade”, avaliou.
Em relação às pesquisas, ela também preferiu apelar para o lado emotivo, em vez de comentar a queda dela nas sondagens feitas pelos institutos que apuram a intenção de votos. Marina lembrou a trajetória pessoal de superação de dificuldades para sobreviver, acrescidas da forma que lançou a candidatura – após a morte trágica de Eduardo Campos , seu companheiro de chapa. “A minha candidatura tem muita consistência”, disse.