Além de pessoas da própria coligação de Marina, havia quadros do PV e representantes ligados ao PSDB, PSD e PCdoB, essas duas últimas legendas da base de apoio à reeleição de Dilma Rousseff (PT). As pessoas do PV adotaram uma postura mais aberta, enquanto das outras legendas ainda agiam com alguma cautela e pediram para não serem identificados na matéria. Passaram para dar suporte à iniciativa o secretário geral do PPS, Davi Zaia, e o candidato a governador Laércio Benko, do PHS. Walter Feldman, coordenador geral da campanha, não compareceu por causa do ano novo judaico - ele é judeu - mas enviou uma nota de apoio ao grupo.
Em cerca de duas horas de reunião, o grupo decidiu redigir um manifesto de apoio suprapartidário a ser aprovado ainda nesta quinta-feira, 25. Ficaram responsáveis pela preparação do documento Maurício Huertas, secretário de comunicação do PPS-SP, Marcos Papa, vereador em Ribeirão Preto - era do PV, mas foi expulso ao participar do movimento de fundação da Rede, o publicitário Gueilor Pinheiro e Amauri Camargo Mônaco, empresário que era do PV e que também participou da fundação da Rede.
Os políticos discutiram quais serão as melhores estratégias nessa reta final antes do primeiro turno e também para a provável disputa de segundo turno contra Dilma. Ainda para o primeiro turno a ideia é manter "os pés no chão" e aumentar a mobilização. Carlos Fernandes, do PPS, e que atua no comitê de Marina, defendeu que haja mais mobilização de rua, com caminhadas em grandes centros como São Paulo ou Rio.
Para já começar a atrair integrantes de outros partidos, o grupo discutiu uma estratégia de marketing que foi trazida por Pinheiro. Ele trouxe até alguns adesivos ainda em fase de testes com o slogan "Tô Marinando". O lema aproveitaria a música composta por Gilberto Gil, que usou o verbo "marinar" e seria uma frase mais suave, por exemplo, que "Sou Marina". A ideia é atrair principalmente aliados do PSDB e da base aliada de Aécio.
Um dos principais quadros envolvidos para que o movimento ganhasse projeção nacional era o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). Apesar de, nos bastidores, dizer que continua mobilizado, Randolfe disse por meio de sua assessoria que aguardará o primeiro turno da eleição para se manifestar, em respeito à candidatura de Luciana Genro (PSOL). Cristovam Buarque (PDT-DF) é outro senador que tem declarado apoio a Marina e que seria um reforço importante. De um partido que compõe a base da presidente, ele também tem evitado, pelo menos até aqui, o envolvimento com a iniciativa mais organizada.
Para Young, é importante haver essa organização inicial ainda que limitada ao Estado de São Paulo. "A iniciativa pode ser replicada em outros Estados e depois ganhar a projeção nacional que planejamos", afirmou após a reunião de ontem..