O vídeo foi exibido no início da semana em um programa de grande audiência da TV Difusora, pertencente à família do adversário de Dino, o senador Edison Lobão Filho (PMDB). A gravação foi reproduzida em um jornal da família Sarney e se tornou tema da campanha. O caso está sendo investigado pela Corregedoria da Secretaria de Estado de Justiça e Administração Penitenciária do Maranhão (Sejap),pela Superintendência de Investigações Criminais - órgão da Secretaria de Segurança Pública -, e pela Polícia Federal.
No último levantamento do Ibope Dino lidera a disputa pelo governo do Maranhão com 42% das intenções de voto ante 30% de Lobão Filho, que tem apoio dos Sarney. Com a liderança nas pesquisas, o candidato do PC do B tem chance de quebrar uma hegemonia de seis décadas da família Sarney e seus aliados no governo do Maranhão.
Segundo o vídeo, Dino teria ligações com integrantes da facção criminosa Bonde dos 40, suspeita de ter assaltado o carro-forte na universidade federal em fevereiro deste ano. No depoimento prestado na quarta, o presidiário Andre Escocio Caldas confirmou ter informações sobre os autores do assalto, mas nega a participação do candidato do PC do B.
O presidiário disse ter sido retirado da cela há cerca de 20 dias pelo diretor do CCPJ, Carlos Aguiar, e por um dos chefes de segurança do presídio. Na sala do diretor, ele teria recebido "promessa de conseguirem um alvará de soltura e mais uma boa quantia em dinheiro, além do declarante (Escocio) ficar 'blindado' (protegido) no sistema" caso aceitasse gravar o vídeo e "conversar para aparecer o nome de Flávio Dino".
Na nota divulgada nesta quinta, a Secretaria de Estado de Justiça e Administração Penitenciária do Maranhão afirma que Carlos Eduardo Sousa Aguiar, diretor da Central de Custódia de Presos de Justiça (CCPJ) de Pedrinhas e Elenilson Araújo, diretor administrativo da CCPJ foram afastados até que as investigações sobre o vídeo sejam concluídas.
Ainda de acordo com o depoimento de Caldas, a gravação foi feita na própria sala do diretor do CCPJ e registrada por uma câmera e um telefone celular. Caldas afirma ter tomado conhecimento de que o vídeo estava disponível nas redes sociais por meio de outros colegas, que ouviram notícias na Rádio Difusora, também de propriedade de Lobão Filho, e no jornal O Estado do Maranhão, pertencente aos Sarney.
Também ouvido na quarta, 24, o diretor Carlos Aguiar confirmou ter feito a gravação e ter dito a Caldas que se ele conseguisse comprovar as denúncias poderia receber benefícios do Judiciário. O diretor do CCPJ, no entanto, declarou desconhecer a forma como as imagens foram parar na internet e negou ter atuado em nome de partidos políticos..