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Estado de Minas

Temer repudia ação da Polícia Federal contra aliado Lobão Filho

Batida em comitiva de Lobão Filho, candidato ao governo do Maranhão, será investigada


postado em 26/09/2014 00:12 / atualizado em 26/09/2014 07:39

"No Estado democrático de direito, é inadmissível que forças policiais sejam instrumentalizadas para atingir candidaturas legitimamente constituídas" - Michel Temer (PMDB), vice-presidente, candidato à reeleição, em nota (foto: Joedson Alves/Reuterrs - 23/7/14)

Brasília – A comitiva de campanha do senador Lobão Filho (PMDB), candidato ao governo do Maranhão, teria sofrido uma abordagem “intimidatória”, “de armas em punho”, por agentes da Polícia Federal. Na ação, supostamente ocorrida na noite de quarta-feira no aeroporto de Imperatriz – segunda maior cidade maranhense –, uma aeronave e veículos teriam sido revistados cuidadosamente. A denúncia sobre o constrangimento foi feita nessa quinta-feira, por meio de uma nota do diretório nacional do PMDB.

Assinado por Michel Temer, presidente da sigla e vice-presidente da República, o texto repudia a ação. “No estado democrático de direito é inadmissível que forças policiais sejam instrumentalizadas para atingir candidaturas legitimamente constituídas.”

De acordo com peemedebistas, a PF teria efetuado a operação de busca por recursos ilegais de campanha após uma denúncia anônima. Em nota, Temer garantiu que nada de irregular foi encontrado. A reportagem não conseguiu contato com a Superintendência da Polícia Federal no Maranhão. Segundo a assessoria do Ministério da Justiça, tão logo tomou ciência das denúncias, o ministro José Eduardo Cardozo encaminhou um ofício à PF determinando a apuração rigorosa dos fatos.

Temer afirmou ter recebido uma ligação de Cardozo, afirmando que o ministério averiguar a ação da PF. “Era preciso uma manifestação qualquer. Eu lancei uma nota dizendo que é inadmissível, especialmente se tiver um fundamento eleitoral”, reforçou o vice-presidente, que estava em São Paulo ontem, em encontro com representantes de associações de tecnologia.

Presidente do Senado Federal e figura influente no PMDB, Renan Calheiros (AL) também lamentou a ação da Polícia Federal que, além de intimidatória, classificou como “anômala”. “Ações desencadeadas com base em denúncias anônimas, em pleno processo eleitoral, só se prestam a explorações políticas. As instituições brasileiras devem estar zelosas de suas funções sem, entretanto, descambar para a exploração político-partidária”, criticou Renan.

VÍDEO O governo do Maranhão determinou ontem o afastamento de dois diretores da Central de Custódia de Presos de Justiça (CCPJ), do Complexo Penitenciário de Pedrinhas. A medida foi tomada após o detento André Escócio Caldas ter admitido à Polícia Civil que recebeu promessa de dinheiro e um alvará de soltura para gravar um vídeo acusando o candidato do PCdoB a governador, Flávio Dino, de participar de um roubo. À polícia, Caldas teria dito que foi retirado da cela há poucos dias pelo diretor do Centro de Custódia, Carlos Aguiar, para gravar o vídeo. Aguiar negou interesses eleitorais ou que tenha divulgado o vídeo, mas confirmou a gravação. Ele explicou ainda que o benefício seria decidido pelo Poder Judiciário, e somente se Caldas conseguisse comprovar a denúncia.

Líder nas pesquisas, Dino dedicou os últimos dias a desmentir o vídeo. Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, o vídeo foi exibido no início da semana em um programa de grande audiência da TV Difusora, pertencente à família de Lobão Filho, principal adversário de Dino. O caso está sendo investigado pela Corregedoria da Secretaria de Estado de Justiça e Administração Penitenciária do Maranhão (Sejap), pela Superintendência de Investigações Criminais – órgão da Secretaria de Segurança Pública –, e pela Polícia Federal.


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