Ao falar sobre o atual cenário eleitoral, Aécio disse que não quer ser presidente para "colocar um retrato na parede" e negou que haja desânimo com o resultado das últimas pesquisas. "Vou caminhar até o último dia dizendo que temos o melhor projeto para o Brasil", afirmou.
O tucano disse ainda que a candidatura de Marina Silva é "improvisada" e que não vê na adversária condições de resolver os problemas do país. Sem fazer crítica direta a Marina, Aécio lembrou que ela só se tornou candidata após o acidente que matou Eduardo Campos. "A outra candidata, não vejo como e com quem vai enfrentar os desafios que teremos pela frente", afirmou Aécio.
O candidato voltou a alfinetar Marina lembrando que, apesar do discurso de que escolherá os melhores para governar, administrou o Ministério do Meio Ambiente ao lado de petistas. "As pessoas do nosso primeiro time não estão disponíveis", afirmou.
Reforma política
Aécio afirmou ser o único candidato que tem propostas claras para uma reforma política. O tucano disse que suas adversárias se omitem em temas como a necessidade de redução de partidos políticos no Brasil e defendeu o retorno da cláusula de barreira, que limita o acesso das legendas sem representatividade a recursos e tempo de TV.
ONU
Aécio classificou também o discurso da última quarta-feira (24) da presidente Dilma Rousseff na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), como "um dos mais tristes episódios da política externa brasileira".
Ainda sobre relações externas, Aécio reafirmou que, se eleito, mudará as relações com países vizinhos que "fazem vistas grossas" ao tráfico de drogas, permitindo, por exemplo, o cultivo de folha de coca. O candidato citou a Bolívia, como exemplo de país que é conivente com o tráfico e ainda recebe ajuda do governo brasileiro para o financiamento de obras.
Saúde
Indagado se iria rever o Mais Médicos, que tem a aprovação da população, Aécio afirmou que uma revisão do programa passaria pela renegociação com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) para o fim da discriminação dos cubanos. Essa discriminação, segundo ele, ocorre pelo fato de grande parte dos salários dos médicos cubanos ser repassada ao governo daquele país.
Aécio ironizou ainda o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que afirmou ontem que a delação do doleiro Alberto Youssef - alvo da Operação Lava Jato - não preocupa o governo. "Ao contrário do que disse o ministro da Justiça, tem muito petista sem dormir com a delação premiada", concluiu..