Em discurso que durou uma hora para cerca de 300 lideranças evangélicas, a candidata à Presidência Marina Silva (PSB) pediu que os presentes orassem pela qualidade das eleições. A candidata citou versículos bíblicos, falou de seus valores, mas frisou a diferença entre política e religião. "Não quero transformar púlpitos das igrejas em palanques", disse Marina.
Ela ressaltou os valores do Estado Laico e a importância de preservar a diversidade da sociedade brasileira, colocando valores acima da religião. "O Estado laico é uma conquista da sociedade brasileira, bom para quem crê e para quem não crê", defendeu.
Marina falou do seu histórico político recente, da candidatura em 2010 à morte trágica de Eduardo Campos que a colocou na disputa neste ano. Ela elogiou o antigo parceiro de chapa e lembrou o sofrimento da família dele.
A candidata ressaltou estar passando por uma campanha dura, mas que não responderá com as mesmas táticas dos adversários Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB). Ela afirmou não poder exigir dos dois os mesmos valores, mas que como cristã não pode esquecer que são seus irmãos. "Não quero destruir a Dilma, não quero destruir o Aécio, ou o PT ou o PMDB", afirmou. "O mesmo Deus que me ama, ama também a Dilma e ama também o Aécio", completou.
"Melhor uma mão cheia de descanso que duas mãos cheias de trabalho e aflição para o espírito", disse Marina em referência a um versículo bíblico. Ela relacionou os adversários à situação das duas mãos "cheias de mentiras" que afligem o espírito e disse que pretende continuar com uma mão cheia de descanso. Repetiu seu bordão que prefere "perder ganhando", ou seja, perder as eleições sem recorrer a estratégias antiéticas a vencer com mentiras.
Finalizou o discurso pedindo novamente aos pastores para que orassem para que as eleições seguissem a "vontade de Deus" e chamando os presentes a lerem seu programa de governo e a discutirem entre si como cidadãos.