Apesar de a candidata à Presidência Marina Silva (PSB) ter dito, em seu discurso para evangélicos, que não pretende instrumentalizar sua fé nem misturar púlpitos e palanques, o evento desta sexta-feira, 26, acabou servindo como palanque para que lideranças religiosas manifestassem apoio à candidata. "Não temos pretensão de ter candidato evangélico, mas Marina Silva é evangélica, então eu, com muita alegria, representando esses 2 milhões de membros que nós temos, estou aqui para reafirmar que a Igreja Fonte da Vida é Marina Silva", disse o apóstolo César Augusto, da Igreja Fonte da Vida, que subiu ao palco antes de Marina.
Valnice Milhomens, da Igreja Nacional do Senhor Nacional do Senhor Jesus Cristo, pessoalmente próxima de Marina e que organizou o evento, disse que as lideranças não estavam ali para fazer críticas ou demandas, mas para prestar apoio e solidariedade à candidata.
"Nos mobilizamos não apenas para dar apoio e suporte a uma candidatura que nos representa, que carrega consigo muito do ideário cristão, mas também nos aproximamos para atestar nosso compromisso em defesa àquilo que é maior do que qualquer projeto político, a saber, o Evangelho do nosso senhor Jesus Cristo e a sua Igreja", disse Ed René Kivitz, da Igreja Batista da Água Branca. Kivitz defendeu a identidade evangélica, para ele hoje quase um "xingamento".
"Não aceitamos a ideia de que ser evangélico é ser ignorante, moralista, intransigente, homofóbico, sectário e intolerante." Ele disse que Marina não é discípula de Maquiavel, para quem os fins justificam os meios, mas que vota nela por suas propostas. "Votamos em Marina não porque é nossa irmã de fé, mas porque a julgamos preparada para o cargo que postula. Votamos em Marina não porque irmão vota em irmão, não estamos elegendo uma autoridade eclesiástica, estamos elegendo a presidente da República", concluiu.
Renê Terra Nova, do Ministério Internacional da Renovação (MIR) de Manaus, que discursou após Marina seguiu a mesma linha. Ele disse que Marina é a resposta da "nova geração para assumir o reino". "Todos que estão aqui estão convictos de que precisamos agir com a nossa fé de maneira muito inteligente e precisamos nos expor, porque quem não se expõe não conquista", disse Terra Nova. E também apontou que o voto não é para uma pastora: "Nós não estamos elegendo uma pastora para o púlpito, mas uma presidente para o Planalto, de uma forma democrática, de uma forma inteligente".