Em conversa com blogueiros, a presidente afirmou que, apesar dos adversários reclamarem dos ataques, as críticas de sua campanha estão na esfera das propostas de governo. Sem citar sua rival do PSB, a candidata Marina Silva, a petista disse que não gosta de vitimização. "Tem pessoas que gostam de aparecer como vítima. Eu não gosto", afirmou Dilma, destacando que não pode se colocar nesta condição porque "assume suas responsabilidades".
Ao falar de pré-sal e Petrobras, Dilma disse que a estatal é um grande negócio e que "há gente mal intencionada" tratando do assunto. Segundo ela, há interesses externos para que a empresa perca seu poder e possa ser repassada para "interesses privados". "O valor de uma empresa está na quantidade de reserva de petróleo", lembrou.
Dilma reclamou que seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas foi "inteiramente distorcido". A petista ressaltou que não há autorização da ONU para o uso da força contra ações do Estado Islâmico no Oriente Médio e que a resolução aprovada tinha como foco o recrutamento de árabes e não árabes para o grupo terrorista.
Pronatec em presídio
Questionada sobre a área de segurança, ela defendeu a integração das polícias e disse que a Presidência da República não tem poder para tratar da questão da desmilitarização. Dilma disse que a política de encarceramento no Brasil é "cega". "Ela não sabe para onde vai", emendou.
A petista também defendeu uma política nacional para presídios e reclamou que "ninguém quer ter um presídio em seu território". Ela propôs que a próxima fase do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico) se estenda também para as penitenciárias, como forma de qualificar profissionalmente essa população.
Dilma revelou que o governo está pensando em uma forma de estruturar o programa para que o beneficiário tenha progressão da pena. Segundo ela, a próxima etapa do Pronatec terá 2 milhões de vagas em mais de 800 cursos. "É viável, é possível", disse.
Reforma política
Dilma Rousseff, voltou a defender uma reforma política por meio de plebiscito. "Participação popular é indispensável", declarou. A petista disse que consulta popular não é "bolivarianismo" e que o governo pode tentar convencer o Congresso Nacional a fazer a reforma política. Em 2013, o governo enviou uma proposta de consulta popular ao Parlamento, mas não avançou.
Questionada sobre os problemas na área de Saúde, como filas e mau atendimento em hospitais, Dilma citou o fim das filas no INSS e disse que é preciso fazer o monitoramento para melhorar a gestão nos hospitais públicos. "O INSS é o exemplo de grande sucesso", afirmou.
Trem-bala
Na conversa com blogueiros, a presidente disse que o projeto de construção do trem-bala entre Rio e São Paulo ainda tem condições de ser desenvolvido pelo governo. Segundo Dilma, o plano não teve prosseguimento porque o "momento não era adequado" em virtude da crise do euro e não havia a competição necessária.
"Preferimos adiar o processo, deixamos as coisas ficarem mais fáceis internacionalmente", afirmou. A presidente alegou que seria uma "temeridade" levar o processo adiante naquele momento.
Ela também destacou a importância dos investimentos do governo federal em logística, sobretudo aportes para construção de ferrovias e hidrovias. De acordo com Dilma, os dispêndios em hidrovias do Norte serão fundamentais para permitir o escoamento de mercadorias pelos portos da região, desafogando os do Sudeste e do Sul..