O candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves, disse ontem que uma eventual vitória tucana nas urnas vai proporcionar uma retomada da confiança na economia brasileira, o que permitirá a volta da inflação para o centro da meta, que é de 4,5%, um cenário muito mais alentador do que o indicador de hoje, que tem oscilado em torno do teto de 6,5%. "Economia é expectativa, e nossa eleição sinaliza positivamente, com a diminuição da taxa de juros no longo prazo e para o resgate de investimento. Com esse resgate, não acho que esses números ficarão aí. A inflação voltará ao centro da meta em dois ou três anos”, disse. Aécio não baixou a guarda e atirou contra suas duas principais adversárias: a presidente Dilma Rousseff (PT) e a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (PSB). Segundo o tucano, a socialista volta atrás em suas posições políticas “porque precisa dar satisfações ao mercado financeiro e ao agronegócio”. Já Dilma foi acusada de ser complacente com a corrupção.
Ao analisar a economia, em entrevista à Rádio Bandeirantes, em São Paulo, o presidenciável reafirmou que, se ele vencer o pleito, o efeito no mercado será o oposto do registrado em 2002, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conquistou seu primeiro mandato. “Quando Lula foi eleito, o dólar disparou e a inflação subiu.
Reforma Aécio Neves voltou a afirmar que é o único dos três principais candidatos que tem uma proposta definida para a reforma política. Ele acusou Dilma e Marina de omissão quanto ao tema, deixando de lado questões como a necessidade de redução dos partidos políticos no Brasil. O tucano defendeu o retorno da cláusula de barreira, que limita o acesso das legendas sem representatividade a recursos e tempo de televisão.
Em razão das idas e vindas do programa de governo de Marina Silva, Aécio a classificou de candidata “improvisada”, portanto sem condições de conduzir a solução dos problemas brasileiros. Ele ironizou ainda a afirmação da socialista de que, se eleita, vai governar com os melhores quadros de todos os partidos, lembrando que ela aceitou o comando do Ministério do Meio Ambiente, durante a gestão petista de Lula. “As pessoas do nosso primeiro time não estão disponíveis”, afirmou Aécio.
O presidenciável tucano, que esteve também na cidade de Taboão da Serra (SP), aproveitou a oportunidade para lembrar que a presidente Dilma Rousseff protagonizou “um dos mais tristes episódios da política externa brasileira” ao discursar na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas. Segundo Aécio Neves, a petista, candidata à reeleição, aproveitou a tribuna para fazer discurso eleitoral e pregar diálogo com o grupo militante Estado Islâmico, também conhecido como Isis, no Iraque e Síria, contrariando os EUA e demais países que participam da investida contra o terror. Ele garantiu que, se eleito, vai rever toda a política externa do país, especialmente com países vizinhos que “fazem vista grossa” ao tráfico de drogas. O candidato citou a Bolívia, como exemplo de país que é conivente com o tráfico e ainda recebe ajuda do governo brasileiro para o financiamento de obras. .