No depoimento que presta ao Ministério Público e à Polícia Federal, Paulo Roberto Costa teria dito que foi procurado por Palocci há quatro anos a fim de obter uma doação para a campanha do PT. Ele repassou o caso ao doleiro Alberto Youssef, um dos quatro pivôs da Lava a Jato. O dinheiro foi pago? “Aparentemente, sim”, afirmou Costa, segundo a revista Veja, porque não foi mais procurado pelo ex-ministro.
Neste fim de semana também veio à tona o resultado de uma sindicância interna da Petrobras que constatou que um subordinado do ex-diretor, o então gerente de Comunicação de Abastecimento Corporativo Geovane de Morais, desviou milhões de reais em 2008.
O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), pedirá amanhã a convocação de Palocci para depor na CPI, se possível, ainda nesta semana, quando a comissão deveria suspender os trabalhos por causa da proximidade das eleições. Se não for possível, ele tentará marcar o depoimento para 8 de outubro, quando também falará a ex-contadora de Youssef, Meire Poza. Bueno, no entanto, teme o esvaziamento da comissão. “A CPI do Cachoeira foi empastelada quando chegou à campanha de Dilma em 2010, às doações de empreiteiras e de empresas fantasmas.”
“Factoide” Dilma se irritou ontem ao comentar o assunto. “A minha campanha tinha um tesoureiro, que se chama José de Filippi (ex-deputado federal pelo PT-SP)”, afirmou a candidata, em Brasília. “Foi ele quem apresentou as minhas contas ao TSE, as assinou, arrecadou, prestou contas e teve as contas aprovadas”, disse ela, acrescentando que a notícia não passa de um “factoide”. Para o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), as denúncias merecem desconfiança. “Não dá para saber se o Paulo Roberto Costa disse isso, pois não temos acesso ao documento. Uma notícia dessa a uma semana da eleição serve como manipulação política”, disse..