A campanha do PSB à Presidência da República divulgou nesta segunda-feira, 29, nota contestando a campanha petista sobre o posicionamento da então senadora Marina Silva na votação da criação e prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). A campanha de Marina diz que o PT "distorce" e "mente" sobre a questão e que a reação da adversária Dilma Rousseff é "manobra de desesperados".
Sob o título "A verdade de Marina", a campanha diz que a ex-senadora "sempre lutou pela saúde e contra a pobreza" e alega que o PT, ex-partido de Marina, "pinçou" momentos da votação para dizer que a presidenciável votou contra a CPMF.
Segundo a nota, Marina - que foi eleita duas vezes ao Senado pelo PT do Acre - votou contra todas as propostas que ofereciam a possibilidade de distorção da finalidade social da CPMF.
Registros do histórico de votações no Senado Federal mostram que a ex-senadora Marina Silva votou em plenário contra a criação da CPMF e a prorrogação do imposto em 1999. Em 2002, a então petista não registrou presença na votação. O PT, no entanto, votou favoravelmente à regulamentação da CPMF em 1996. O projeto de lei passou pelo Senado em votação simbólica, portanto não houve registro nominal.
Na nota, a campanha ressalta que a então senadora petista votou de acordo com a posição de sua bancada na ocasião. "O PT desconstrói, assim, sua própria história com o único objetivo de, hoje, prejudicar a candidatura de Marina. Quem mente? Nos anais do Senado, há a transcrição da fala do senador José Eduardo Dutra (PT-SE) no dia da aprovação da CPMF, na qual afirma: 'De modo geral, votamos favoravelmente ao projeto'", diz a nota.
Fundo
Marina diz que em 1999 liderou a instalação de uma Comissão Mista do Congresso Nacional para analisar a criação do Fundo de Combate à Pobreza proposto pelo senador Antonio Carlos Magalhães, na época parlamentar do PFL, apesar da oposição do PT.
"Nas discussões na Comissão Mista que analisou o projeto, Marina, ao lado do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), foi uma defensora do uso da CMPF para a formação do Fundo. A liderança do PT na comissão era contrária à medida e só mudou de posição quando o relator da Comissão, deputado Roberto Brant (PFL-MG), incorporou sugestões articuladas pela senadora", acrescenta.
A campanha explica que as emendas aprovadas na Comissão foram retiradas na votação em plenário e, por isso, a ex-senadora se opôs ao projeto. "Esse movimento é que vem sendo exposto de forma distorcida na propaganda política do PT. Com dados parciais retirados do contexto inventa-se e repete-se uma mentira. Manobra de quem perdeu a cabeça e as medidas. Manobra de desesperados", afirma a nota.