O PSDB publicou nesta terça-feira, 30, um artigo no qual afirma que a possibilidade de o PT continuar mais quatro anos à frente do governo está "disseminando pânico na economia". "É uma das raras vezes em que o conhecido suscita mais desconfiança do que credibilidade. Quem cuida do dinheiro prefere não correr o 'risco Dilma'", afirma a análise do Instituto Teotônio Vilela, órgão de estudos e formação política dos tucanos.
"A leitura que o mercado faz do cenário eleitoral é exagerada. Nem é provável que se dê o pior dos mundos, ou seja, que Dilma Rousseff liquide a fatura em primeiro turno, nem se pode dizer que a oposição não conseguirá derrotar o petismo no segundo turno. Neste momento, o certo é que não é possível saber quem disputará a rodada de 26 de outubro", diz.
O artigo afirma que o dólar, por exemplo, teve alta de 11% em um mês e fechou ontem na maior cotação desde dezembro de 2008, auge da crise global. Ele diz ainda que o movimento pode ter como consequência a "aceleração da inflação" e levar problemas às contas externas, cujo rombo quase dobrou desde 2010.
O texto avalia que, com o pânico, o mercado também começa a ajustar as taxas de juros para cima. Também são citados como efeitos no dia da dia das pessoas o encarecimento do custo do crédito.
"A desconfiança geral deve-se ao fato de o Brasil ter hoje uma das piores combinações do mundo: inflação alta e crescimento baixo. Agora até o Banco Central já trabalha com projeções para o PIB deste ano perto de zero, enquanto o mundo como um todo deve crescer 2,5% e nossos vizinhos latino-americanos, 1,7%", critica.
O texto diz que o "risco Dilma" aparece no horizonte na mesma medida em que o governo da atual presidente se recusa a admitir problemas, "inventa bodes expiatórios para justificar seu fracasso e se furta a apontar que rumos poderia tomar caso os eleitores cometam a temeridade de manter o PT no comando do país por mais quatro anos".
O artigo afirma que estamos diante de uma situação insólita, do temor que o conhecido desperta, o inverso do que o País viveu em 2002, quando da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva. "Mas, sabiamente, o PT optou por rezar pela cartilha herdada do PSDB e, enquanto assim procedeu, o Brasil foi bem. Anos depois, foi só o PT fazer o que acredita e defende para o caldo entornar", diz.
"O que pagamos hoje é o preço da desconfiança. Não apenas de investidores. Mas dos brasileiros em geral, que trabalham, produzem e consomem. Sabemos todos que a economia vive de expectativas e, com Dilma Rousseff mais quatro anos no Planalto, elas são as piores possíveis. Este risco não vale a pena corrermos", conclui o artigo.