O coordenador-geral da campanha de Marina Silva (PSB), Walter Feldman, informou nesta terça-feira, 30, que a coligação entrará na noite de hoje com uma representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), notificando um crime de ataque cibernético e pedindo apuração de provas que foram coletadas em uma investigação preliminar feita pela própria equipe de campanha.
Feldman comunicou ainda que essa investigação preliminar feita pela campanha, segundo ele de forma legal, apontou ao menos três instituições públicas de onde teriam partido os ataques: Petrobras, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e prefeitura de Ivoti (RS). Questionado se haveria desconfiança de os ataques poderiam ter partido de adversários políticos, com fins eleitorais de atingir a campanha de Marina, Feldman disse ser cedo para fazer uma afirmação como essa. "Não temos elementos para dizer isso. O nosso requerimento para o TSE é muito cuidadoso. Causa estranheza apenas porque teria acontecido de forma muito organizada e isso tem um custo."
Ainda de acordo com Feldman, a investigação não foi capaz de identificar se foi um computador de cada uma das três instituições identificadas ou "nós" que interligariam a mais máquinas. Mas reafirmou que essas três origens foram identificadas. Para ele, a mais surpreendente é a conexão identificada com a Petrobras, que teria revelado um ataque partindo de um IP (identificação do computador na rede) vindo de um prédio da estatal no Rio de Janeiro. "A investigação demonstra, no mínimo, a abertura da blindagem que os computadores da Petrobras teoricamente deviam ter", disse Feldman.
O coordenador disse que a prefeitura de Ivoti é comandada pelo PSDB, em resposta aos jornalistas, mas pontuou que isso não significa ainda responsabilidade de qualquer partido sobre a ação. Ele reafirmou que o pedido de investigação ao TSE é justamente para esclarecer o que ocorreu. Feldman explicou também que a campanha decidiu levar o caso ao TSE porque julgou ser o órgão mais adequado dado o teor da investigação e a proximidade das eleições. E justificou a atitude da campanha de conduzir uma investigação preliminar dizendo que seria "vago" apresentar uma reclamação de invasão do site.
Segundo turno
Feldman comentou brevemente o cenário eleitoral, com avanço da candidata petista Dilma Rousseff e recuo de Marina nas pesquisas. Ele disse não ter "nenhum receio" de Marina ficar fora do segundo turno, repetindo o discurso que havia sido colocado pela própria candidata momentos antes.
O coordenador da campanha de Marina também reclamou dos ataques dos adversários, dizendo que falta escrúpulo e ética à campanha dos concorrentes. Feldman acusou ainda de cinismo o presidente do PT, Rui Falcão. "Esses dias o presidente do PT se disse indignado com ataques feitos pela Marina. Só pode ser uma afirmação cínica, não dá pra acreditar que ele próprio acredite nisso."