O candidato ao governo de Minas Pimenta da Veiga (PSDB) subiu o tom das críticas nessa terça-feira ao seu principal adversário, Fernando Pimentel (PT), que evitou o embate direto com o tucano. O debate realizado pela TV Globo Minas teve momentos tensos, com ataques pessoais, e quem começou a artilharia pesada foi Pimenta, que chamou o adversário de mentiroso e tolo. Pimentel reagiu e lamentou os ataques do tucano, a quem classificou de falso e arrogante. Antes disso, Pimenta já tinha abandonado temas tradicionais, como educação, saúde e corrupção, e atacado o petista, lembrando sua “carreira fracassada” como político – ao perder vaga para o Senado para Aécio Neves e Itamar Franco – e como ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior por três anos no governo Dilma, quando, segundo ele, foi registrada a maior queda na produção industrial.
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Quarto debate entre candidatos ao governo de Minas tem ataques em mão duplaAusência e troca de farpas marcam debate dos Diários AssociadosVeja os principais destaques de cada bloco do debate entre os candidatos ao governo de MGPimentel cancela ida a debate em TV na noite deste domingoVeja os principais destaques de cada bloco do debate entre os candidatos ao governo de MGAs críticas do tucano tiveram início quando ele lembrou aos eleitores que, ao disputar o Senado em 2010, Pimentel foi derrotado com a metade dos votos de Aécio Neves. O petista se defendeu lembrando que é tratado com carinho até hoje pelos moradores de BH, onde se reelegeu prefeito. Garantiu ainda, como auxiliar de Dilma, ter ajudado a defender a indústria e os empregos na equipe de ministros. “Ele foi ministro do desenvolvimento e o desenvolvimento do Brasil está em recessão. A indústria voltou aos níveis da década de 1950 e o comércio exterior está com o pior rombo em 30 anos”, rebateu Pimenta da Veiga.
ENERGIA Na troca de farpas, Pimentel afirmou que Minas vive um problema grave em relação à energia elétrica, que disse ser a mais cara do país, com ICMS de 30% sobre o consumo. “Estamos assistindo fábricas e empresas deixarem Minas. Isso tem que ser revisto. Sem causar prejuízo à Cemig, vamos reduzir o imposto, porque em estados como o Rio de Janeiro o ICMS é de 18%”. Pimenta redirecionou a crítica à administração petista, alegando que foi o governo federal que desorganizou a lógica do mercado de energia elétrica, o que teria causado prejuízo de R$ 70 bilhões para os estados. E acrescentou: “Em Minas, o consumidor de baixa renda se beneficia do programa Tarifa Reduzida, que impede a cobrança de imposto ao menor consumo.” Teve como resposta o desdém de Pimentel: “É muito reduzido o número de beneficiários, porque basta ter uma geladeira, um chuveiro elétrico e uma lâmpada acesa, para não merecer o benefício”.
Sobraram críticas até mesmo para os eleitores. Num bate-bola entre Fidélis Alcântara (PSOL) e Tarcísio Delgado (PSB) sobre corrupção, o socialista disse que só existem políticos ruins porque há eleitores ruins. Delgado questionou Fidélis sobre o assunto e citou escândalos envolvendo PT e PSDB. Segundo o candidato do PSOL, as manifestações de julho demonstraram que os eleitores estão cansados dessa situação. “Enquanto não desatrelar política do mercado, não vai mudar”, afirmou, ao defender o financiamento público de campanha. Aproveitando a deixa, Tarcísio cobrou então maior exigência dos eleitores. “Não seria a hora de o eleitor ser mais exigente e investigar a vida do candidato? Enquanto não tivermos eleitores melhores, não teremos políticos melhores”, comentou. (Com MCP)