São Paulo - O candidato do PRTB à Presidência, Levy Fidelix, disse nesta terça-feira que "não corre do pau" e continua mantendo a posição a respeito do casamento gay defendida por ele durante o debate realizado pela TV Record no último domingo (28). Em entrevista ao Estado, no entanto, afirmou que se for perguntado sobre o mesmo assunto no debate de amanhã à noite, na Rede Globo, vai evitar fazer comentários.
"Eu não vou entrar nessa armadilha orquestrada pela Luciana Genro (candidata do PSOL com a qual debateu sobre o assunto no domingo) no próximo debate, e só vou discutir questões sociais e econômicas. A minha opinião já foi dada", afirmou.
Ele repetiu por diversas vezes que não é contra os gays e que, inclusive, já contratou funcionários homossexuais. "Eu já tive aqui no partido um rapaz que tinha essa 'característica'. Dei carinho, afeto e nunca deixei fazerem bullying com ele", explicou o candidato. "Ninguém escutou nenhuma palavra minha dizendo: vamos bater, agredir os gays. Sou contra isso e defendo respeito para todos. Quem incitou isso foi a Luciana Genro", acusou.
'Jogo pesado'
O episódio ocorreu no domingo à noite, já nos minutos finais do debate na TV Record. Luciana Genro lhe pediu que se definisse a respeito do casamento homoafetivo. Ele assumiu uma expressão séria e afirmou: "Jogo pesado, esse aí agora. Nesse, jamais eu poderia entrar."
E prosseguiu afirmando que "união do mesmo sexo não cria filho" e que "aparelho excretor não reproduz" - frase recebida, na plateia, com surpresa e, para alguns, com indignação. Também afirmou que a população poderia diminuir se as uniões homossexuais prosperassem. "O Brasil tem 200 milhões de habitantes, daqui a pouquinho vai reduzir para 100."
Ontem, Fidelix foi procurado pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) e pelo pastor Silas Malafaia, que lhe levaram solidariedade e apoio.
Processo
O candidato do PRTB disse que já se reuniu com seus advogados e vai processar Luciana Genro (PSOL) por injúrias cometidas contra o seu nome. "Vou processar a o PSOL pela injúria que cometeu comigo e pela apologia às drogas que eles fazem. A melhor defesa é o ataque. E eu vou pro ataque".
Fidelix afirmou também que as entidades que moveram ações contra ele por causa das declarações que fez são pagas com dinheiro público. Além disso, acusou o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinicius Coelho, de instrumentalizar o órgão que, segundo disse, deveria ser imparcial no episódio.
"Acho que ele (Marcus Vinicius Coelho) está instrumentalizando o órgão que deveria ser imparcial e não assumir uma postura contra a democracia. Ele está defendo um segmento que está se sentindo ofendido e está tentando me emparedar", disse o candidato.
"Estou defendendo a legitimidade de expressão. Eu não concordo com a questão homoafetiva. Ainda mais com essa forma a que eles se propõem, de fazer isso em público. Essas demonstrações de carinho poderiam ser feitas na intimidade."
Quando perguntando sobre o que ele faria se um filho seu ou algum familiar fosse homossexual, Fidelix se manteve em silêncio e, no fim, se limitou a dizer: "Esse assunto está esgotado pra mim. Não quero mais pensar sobre isso".
Com Agência Estado
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