O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa acaba de chegar em sua casa, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Ele estava escoltado por três viaturas da Polícia Federal que partiram do aeroporto do Galeão, na Zona Norte, por volta das 16h15 desta quarta-feira, 01. Ele estava em um veículo Pajero preto e era acompanhado também por dois helicópteros. O comboio levou cerca de 45 minutos para chegar á residência do acusado.
Os agentes que o escoltaram deixaram o local apôs cerca de 10 minutos. No início da tarde, um agente da PF esteve na casa dele para verificar a segurança do local. A princípio, não haverá policiais de vigilância no condomínio de alto padrão em que ele mora.
O agente da PF, que não quis se identificar, informou que o objetivo da visita era certificar que a empresa responsável pela vigilância privada do local era regularizada. Segundo ele, a empresa deverá auxiliar com informações sobre o preso.
O condomínio de alto padrão em que Costa reside possui duas guaritas de segurança. Apenas em uma delas, na entrada da sua rua, o acesso é vigiado por três câmeras de segurança e margeado por cercas elétricas.
Apesar de toda restrição, o ex-diretor da Petrobras não terá motivos para reclamar do cárcere, como fez em março logo após ser preso na sede da PF em Curitiba. O condomínio é amplo, arborizado e silencioso. As casas têm piscina, grandes jardins e não menos que três carros nas garagens. O fluxo na portaria é de veículos modelo SUVs, além de importados de marcas como Mercedes Benz, BMW e Porsche.
Segundo vizinhos e funcionários, o delator tem a sua disposição três funcionários fixos da casa, como um caseiro, uma faxineira e uma cozinheira. Mesmo com a tornozeleira, ele poderá caminhar pelas áreas internas do condomínio, onde mora no local apenas com a esposa. Suas duas filhas, também investigadas como laranjas das empresas do ex-diretor, moram em apartamentos de alto padrão na orla da Barra da Tijuca.
Costa é réu em dois processos decorrentes da operação Lava Jato. Ele é acusado de integrar esquema que desviou cerca de R$ 10 bilhões da Petrobras e destruir provas, segundo denúncia do Ministério Público Federal.
Em seu acordo de delação premiada, Costa admitiu ter recebido cerca de US$ 23 milhões em propinas, além de ter ajudado a fraudar contratos da Petrobras com empresas fornecedoras que desviavam recursos para políticos e partidos da base aliada do governo federal. Segundo os depoimentos, ao menos 32 parlamentares e um governador receberam recursos desviados dos contratos da Petrobras.
Para ter o benefício da prisão domiciliar, o ex-diretor concordou em pagar R$ 5 milhões em multas, devolver US$ 23 milhões que dispunha em contas no exterior além de devolver um carro que teria recebido do doleiro Alberto Youssef. Em contrapartida, ele aguardará o julgamento em casa por um ano, sem autorização para deixar o local. Ele também poderá ter a pena flexibilizada e ter eventuais novas denúncias arquivadas.